ATA DA TRIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 16-4-2009.
Aos dezesseis dias do mês de abril do ano de dois
mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Cláudio Conceição, Dr. Raul, Haroldo de Souza, Ismael
Heinen, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro,
Mauro Zacher e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal,
Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João Pancinha,
Marcello Chiodo, Mario Manfro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas,
Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10208228, 10219431, 10221461,
10223839 e 10227156/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.
Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Padre
Paulo José Dalla Rosa, representando a Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre –
Paróquia São Jorge –, que convidou todos para a 56ª Festa de São Jorge, que
será realizada no período de quatorze a vinte e seis de abril do corrente. Na
ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Airto Ferronato,
Haroldo de Souza, Ervino Besson, Beto Moesch, Mauro Pinheiro e Toni Proença
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do
Senhor Carlos Alberto Garcia, Secretário Municipal do Meio Ambiente. Às
quatorze horas e vinte minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e vinte e dois minutos, constatada a
existência de quórum. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador Luiz Braz, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia de hoje
ao dia dezenove de abril do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Claudio Sebenelo, hoje e amanhã, após a entrega
de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal
e indicação do Nome Parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Constituição e Justiça. Em continuidade, constatada a existência de
quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador
Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente
Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o
transcurso do Dia do Exército, nos termos do Requerimento nº 035/09 (Processo
nº 1115/09), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Compuseram a Mesa: o
Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o
General-de-Divisão Sérgio Costa de Castro, Comandante da 6ª Divisão de Exército,
representando o Comando Militar do Sul; o General-de-Brigada Antonio Carlos
Nascimento Krieger, Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sul, e o
General-de-Brigada Eduardo José Barbosa, Comandante da Artilharia Divisionária
da 6ª Divisão de Exército – AD/6. Ainda, o Senhor Presidente registrou as presenças,
neste Plenário, do Capitão Wilmar Forquim Júnior, representando o 3° Regimento
de Cavalaria de Guarda; do Coronel Airton Pires da Silva Júnior, Chefe do
Estado-Maior da AD/6; da Tenente Heloísa Gabriel Pinheiro, representando a 1ª Divisão
de Levantamento do Comando Militar do Sul; do Coronel Marcelo Cantagalo dos
Santos, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sul; da Capitã Clarice
Silveira Facchini, representando o Colégio Militar de Porto Alegre; do Major Castro,
representando do Hospital Militar de Porto Alegre; do Tenente Laranjeiras, representando
o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre – CPOR/PA –; do
Aspirante Bueno, representando a Policlínica Militar de Porto Alegre, e do
Maestro Subtenente Daniel Meireles, representando a Banda do 3º Batalhão de
Polícia do Exército. Também, durante a presente homenagem, foram registradas as
presenças de representantes da Comissão Regional de Obras da 3ª Região Militar
e de oficiais e praças das Forças Armadas. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o
Vereador João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador
Ismael Heinen. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Airto Ferronato e
Bernardino Vendruscolo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador
Ervino Besson. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
General-de-Divisão Sérgio Costa de Castro, que agradeceu a homenagem prestada
pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e treze minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
dezesseis minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi apregoado Requerimento de autoria da
Vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização
para representar externamente este Legislativo, com saída no dia de hoje, às
vinte horas, e retorno no dia dezenove de abril do corrente, às dezesseis
horas, em reunião no Ministério da Educação, a ser realizada no dia de amanhã,
em Brasília – DF. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou o falecimento
da Senhora Maria de Fátima da Cruz Teixeira Miranda de Albuquerque, sobrinha do
Senhor Ernesto da Cruz Teixeira, Diretor-Geral do Departamento de Esgotos Pluviais,
tendo se manifestado a respeito o Vereador Valter Nagelstein. A seguir, o Senhor
Presidente concedeu a palavra ao Senhor José Luiz Espíndola, Mestre de
Cerimônias da Câmara Municipal de Porto Alegre, que procedeu à leitura do
artigo “Um ano para a Câmara pensar o futuro de Porto Alegre”, publicado na
edição de hoje do Jornal do Comércio. Ainda, o Senhor Presidente convidou os
Senhores Vereadores para reunião sobre a região conhecida como Pontal do
Estaleiro, a ser realizada hoje, às dezessete horas e trinta minutos, no Salão
Nobre Dilamar Valls Machado. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Adeli
Sell. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Pedro Ruas. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Alceu Brasinha e Engenheiro
Comassetto, este em tempo cedido pelo Vereador Aldacir José Oliboni. Na oportunidade, o Senhor Presidente
registrou a presença, nesta Casa, do Desembargador Carlos Cini Marchionatti,
Presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul – AJURIS. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Paulinho Ruben Berta, Mauro
Pinheiro, Nilo Santos e Haroldo de Souza. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os
Vereadores Dr. Thiago Duarte, em tempo cedido pelo Vereador Carlos Todeschini,
Nilo Santos, em tempo cedido pelo Vereador DJ Cassiá, Dr. Raul, Maria Celeste e
Engenheiro Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o
Vereador Mario Manfro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores
Claudio Sebenelo e Beto Moesch. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Mauro
Pinheiro. Na ocasião, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Nelcir Tessaro, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, com saída no dia quinze e retorno no dia dezenove de abril do
corrente, no 56º Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social, a ser realizado
do dia quinze a dezessete de abril do corrente, no Município de São Paulo – SP.
Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Ervino Besson. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador Adeli Sell, em tempo cedido pela Vereadora
Sofia Cavedon. Após, o Vereador Mauro Pinheiro procedeu à entrega, ao Senhor
Presidente, de Requerimento solicitando a realização, pela Comissão de Saúde e
Meio Ambiente, de visitas a Postos de Saúde de Porto Alegre, para analisar as
condições de atendimento à população de Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei Complementar do Legislativo
nos 009 e 004/09, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Mauro
Pinheiro e Engenheiro Comassetto, os Projetos de Lei do Legislativo nos
041, 042, 044 e 048/09 e o Projeto de Lei do Executivo nº 008/09. Às
dezessete horas e quarenta e oito minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni
Proença e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos
Nedel, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos à
O Padre Paulo José Dalla
Rosa, representando a Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre - Paróquia São
Jorge -, está com a palavra para tratar de assunto relativo à 56ª Festa de São
Jorge, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O
SR. PAULO JOSÉ DALLA ROSA: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Exmos Srs. Vereadores; também, com
grande alegria, quero saudar o representante do Comando Militar do Sul, o
General de Divisão Sérgio Costa de Castro, que veio celebrar o Dia do Exército.
É com grande alegria que, em nome da Paróquia São
Jorge, venho a esta Casa para, primeiramente, agradecer o Vereador e Professor
Carlos Alberto Garcia, que foi o autor da Emenda que instituiu a inclusão da
Festa São Jorge no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, realizada
anualmente no bairro Partenon.
Esses
dias, conversando - somos nove paróquias na área do Partenon - e olhando um
pouquinho da história do surgimento dessas Paróquias, assim diz nas atas:
Paróquia São Jorge, situada no interior de Porto Alegre; Paróquia Santo
Antônio, situada no interior de Porto Alegre. Então, quando o povo se reúne,
traz consigo a expressão da fé, e assim vão construindo as comunidades. E é o
que nós temos hoje, a Paróquia São Jorge, há 65 anos, marcando presença no
bairro Partenon.
A
Festa de São Jorge, conversando com o Clero, na Mitra, juntamente com o Sr.
Arcebispo Dom Dadeus, já é considerada a segunda maior festa religiosa da
cidade de Porto Alegre. Este ano, nos períodos que vamos realizar essa Festa,
estima-se que cerca de 80 mil pessoas estarão presentes nessas festividades.
São Jorge, sem dúvida nenhuma, foi um santo guerreiro, mas não promovia a
guerra; promovia a paz. Nós temos São Jorge como aquele que defendeu a sua fé,
que defendeu a sua Igreja, que se tornou mártir em defesa de fé, em defesa da
Igreja. Ontem, inclusive, a RBS estava fazendo o Programa ali, da Paróquia São
Jorge, e os repórteres assim me diziam: “É comovente ver a expressão de fé
deste povo que vem até a Paróquia São Jorge”.
Então,
nós temos São Jorge, sem dúvida nenhuma, como um santo do povo, o povo que vem
expressar a sua fé, que vem trazer a sua religiosidade. Por isso, nesta semana,
estamos realizando a Novena, que vai se estender até o dia 22.
No
dia 23 de abril, nós realizaremos o dia do Santo. Nós vamos ter missas de duas
em duas horas, e, com a grande presença do povo, será dada a benção, e serão
distribuídos, também, os pãezinhos de São Jorge.
No
dia 26, nós realizaremos a Missa Campal, às 9 horas, defronte à Igreja, e, logo
após, sairemos, em procissão, pelas ruas do bairro Partenon, na qual espera-se
a participação de cerca de 50 mil pessoas.
Em
nome da Comissão da Festa, em nome do Sr. Arcebispo, Dom Dadeus Grings, dos
seus bispos auxiliares, quero agradecer, mais uma vez, esta Casa que sempre nos
apoiou e, sem dúvida nenhuma, continuará nos apoiando, para fazer com que esta
Festa, cada vez mais, venha aumentando, para que, cada vez mais, o povo venha
participar conosco.
E
como eu dizia anteriormente, ligamos a vida de São Jorge e a Festa de São Jorge
com a Campanha da Fraternidade. Se queremos paz, cada um de nós deve se sentir
comprometido com a justiça. Se todos nós nos comprometermos com a justiça,
então nós teremos paz. O mundo quer paz, os Municípios querem paz.
Hoje
se fala tanto em segurança pública, e, na Quinta-Feira Santa, fizemos uma
celebração tão bonita, na Paróquia São Jorge, onde esteve presente o Secretário Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, Nereu D’Avila, e a Guarda Municipal, e ali
celebramos a Missa do Lava-Pés para criar essa unidade, essa aproximação: a
Igreja se preocupando com a Segurança pública, juntamente com os órgãos
públicos, juntamente com a Brigada Militar e, sem dúvida nenhuma, com o
Exército e com a Guarda Municipal.
É uma grande alegria, e, mais uma vez, quero
parabenizar o Dia do Exército, na pessoa do General de Divisão Sérgio Costa de
Castro. A Casa hoje está bonita; olhando daqui para os senhores, está bastante
bonita a Casa hoje, e vocês merecem, sem dúvida nenhuma, ser homenageados,
agraciados hoje nesta Casa.
Mais uma vez, muito obrigado pela atenção.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Esta Casa
agradece a participação do Pároco Paulo José Dalla Rosa.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
Padre Paulo José Dalla Rosa, senhoras e senhores presentes, a nossa saudação a
todos. Ouvindo o que disse o Padre Paulo, cabe aqui uma reflexão sobre a
mensagem de paz, de fé, de segurança. Nós vivemos hoje no mundo do tênis de
marca, da camisa de marca, do sapato mais caro. A nossa juventude, hoje, se
sente mais valorizada, mais segura, mais bonita, e os jovens, até mais atraídos
uns pelos outros, desde que estejam com o tênis de marca, ou seja, é o mundo do
consumismo que leva, em especial, a nossa juventude a querer cada vez mais. Eu
acredito que é a
espiritualidade humana, especialmente a espiritualidade dos pais levada a seus
filhos, que torna o mundo melhor, mais seguro, mais fraterno, mais amigo, um
mundo de paz e de segurança.
Com
a exposição que Vossa Reverência fez, aliada à homenagem que faremos hoje ao
Exército, nós temos, verdadeiramente, o que é a paz do nosso País. Por isso a
importância da sua presença nesta Casa. Um abraço! Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, em nome dos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul, João
Pancinha, Sebastião Melo e Valter Nagelstein, quero dizer o seguinte: o
Partenon, quando reúne os seus fiéis, faz uma explosão de fé. Como é bonita
essa explosão, essa demonstração de crença no dia de amanhã. São Jorge, ou
Ogum, santo guerreiro pela paz, não é uma contradição; a guerra é pela paz. E
se a arma é a nossa fé, vamos em frente, com a nossa principal arma, a fé,
rogando a Deus que, se possível, Ele mostre a sua força a qualquer momento, de
forma surpreendente, e endireite as nossas cabeças aqui neste plano terrestre,
porque a coisa está preta, muito preta! E por falar em preta, salve a minha
Nossa Senhora Aparecida! Que ela ajude a proteger a festa do nosso grande São
Jorge! Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, caros Vereadores e Vereadoras, nosso sempre bem-vindo Padre
Paulo José Dalla Rosa, pároco da Igreja São Jorge. Eu falo em nome da minha
Bancada, composta pelos Vereadores Mauro Zacher, Juliana Brizola, Dr. Thiago
Duarte, Tarciso Flecha Negra e este Vereador.
A
Casa se sente muito honrada em recebê-lo todos os anos, porque grande parte dos
Vereadores participa da procissão e das festividades da Paróquia São Jorge.
Deus é tão bom, que Vossa Reverência comparece aqui no dia em que vamos
homenagear também o nosso querido Exército Brasileiro. Como Deus é bom, não é? E
neste convite, nesta mensagem que o senhor transmitiu, também incluiu o
Exército, que tem tanta responsabilidade e que tem feito tantas coisas boas
para a nossa segurança, para o nosso País. Estará lá, tenho a certeza, a
maioria dos Vereadores, juntos, mais uma vez, na 56ª festividade de São Jorge.
São Jorge está aqui; que ele nos ilumine, que ele
nos ajude, pois, no mundo em que vivemos, precisamos de muita ajuda, e tenho a
certeza de que São Jorge vai ajudar todos nós para que possamos, sim, enfrentar
o que a sociedade coloca em nossas mãos no dia a dia. Parabéns, Padre, e que
Deus ilumine o senhor, a sua comunidade e todas as pessoas que se envolvem
nesses dias de grande festividade na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Tenho o prazer
de anunciar, neste momento, a presença do nosso colega, Ver. Professor Garcia,
que ocupa a Pasta do Meio Ambiente em nossa Cidade. Seja bem-vindo, mais uma
vez, entre nós.
O Ver. Beto Moesch está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO MOESCH: Padre Paulo,
seja muito bem-vindo a esta Casa. Mais uma vez, a Paróquia São Jorge está
irmanada com esta Casa para oportunizar uma das festas mais impressionantemente
populares, religiosas e engajadas da cidade de Porto Alegre. Está aqui também o
autor da proposta para incluir esta festa no Calendário Oficial da Cidade, o
Ver. Professor Garcia, Secretário Municipal do Meio Ambiente.
Aprendi sobre o significado de São Jorge e o
dragão; aprendi muito com o meu tio, o Padre Olavo Moesch, que foi, durante
muito tempo, pároco da Igreja São Jorge; o dragão é a injustiça, é a agressão
ao meio ambiente, é o sofrimento do povo, é a corrupção, é a desunião, ou seja,
são os males do nosso cotidiano; e São Jorge pode ou não ser todos nós, se
soubermos enfrentar esses malefícios, para que eles não continuem ocorrendo e
que não se perpetuem.
Claro que, em síntese, não sou teólogo, mas
procurei aprender muito e continuo aprendendo muito com a belíssima história de
São Jorge, uma das principais figuras da doutrina social da Igreja.
Parabéns! Vamos novamente, com certeza, nos somar a
esta festividade cívico-religiosa e profundamente cidadã da cidade de Porto
Alegre. Parabéns e o nosso abraço a toda a comunidade da Paróquia São Jorge.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Adeli
Sell, que preside a Sessão na tarde de hoje; Padre Paulo José Dalla Rosa,
pároco da Igreja São Jorge, é com muita honra que falo em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, em nome dos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Maria Celeste e em meu próprio.
É com muito orgulho que falo, tendo em vista eu ser
oriundo daquela região do Partenon, muito passei pela frente e frequentei a
Igreja São Jorge, assim como muitos da Região Norte e de toda a cidade de Porto
Alegre o fizeram.
Quero homenageá-lo e também prestar esta homenagem
ao senhor, que tão bem conduz essa festa e que tão bem a vai conduzir para 80
mil pessoas, pela sua responsabilidade, e pedir que Deus o ilumine para que não
seja só uma festa nesse dia, mas que seja uma festa que arrebanhe mais pessoas
e que traga mais paz e fraternidade para todo o povo de Porto Alegre. Parabéns!
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Toni
Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA: Em nome da
Bancada do PPS, Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell, quero saudar o Padre Paulo
Dalla Rosa, pároco da Paróquia São Jorge, a nossa querida Paróquia São Jorge,
ali no Partenon, que muito frequentei, carregado pelas mãos de minha avó, que
era uma devota de São Jorge.
Quero também cumprimentar o Ver. Garcia - hoje
Secretário - pela iniciativa de incluir no Calendário Oficial da Cidade essa
maravilhosa festa, que é uma festa que traduz o símbolo da guerra e da luta
contra as injustiças sociais, contra os males que a humanidade é capaz de
efetuar contra a própria humanidade; é um símbolo de solidariedade,
principalmente. Esta é a palavra que une todos os fiéis de São Jorge, a Semana
de São Jorge e, mais do que isso, durante todo o ano, os fiéis de São Jorge, os
católicos, enfim, tratam a solidariedade como um resultado da fé cristã e a fé
em que os homens podem ter uma convivência melhor. Parabéns a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Todas as
Lideranças partidárias presentes já se manifestaram. Agradecemos todos pelas
palavras e, tenha a certeza, meu caro Pároco, de que esta Casa fará a mais
ampla divulgação desse evento, como tem feito ao longo dos anos.
Quero agradecer, mais uma vez, também, o Ver.
Professor Garcia, hoje titular da nossa SMAM, pela presença - creio que posso
falar em nome de todos os Vereadores - e pelo seu atendimento na Secretaria; e
agradeço também a sua assessoria parlamentar, que tem estado aqui com
frequência. Muito obrigado pela sua presença.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às14h20min.)
(O Ver. Sebastião Melo assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – 14h22min): Estão reabertos os trabalhos. Agradeço o
Ver. Adeli Sell pela condução dos trabalhos.
Ver.
Luiz Braz solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 16 de abril a
19 de abril de 2009. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Claudio
Sebenelo, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Constituição e
Justiça.
Solicito
ao Ver. Claudio Sebenelo que entregue seu Diploma e a Declaração de Bens a esta
Mesa.
(Procede-se
à entrega do Diploma e da Declaração de Bens.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito
que os presentes, em pé, ouçam o compromisso que o Ver. Claudio Sebenelo
prestará a seguir.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: "Prometo
cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia
municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido
pelo povo." (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Declaro
empossado o Suplente Ver. Claudio Sebenelo. O nome de V. Exª já está aqui
consignado; V. Exª integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Bem-vindo,
Claudio.
Em
votação o Requerimento de inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos,
imediatamente, entrar no período de Comunicações. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Passamos
às
Hoje,
este período é destinado a assinalar o transcurso do Dia do Exército, nos
termos do Requerimento nº 035/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel – Proc.
nº 1115/09.
Convidamos
para compor a Mesa o Exmo General de Divisão Sérgio Costa de Castro,
Comandante da 6ª Divisão de Exército, representante do Comando Militar do Sul;
o Exmo Chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sul, General de
Brigada Antonio Carlos Nascimento Krieger; o Exmo Sr. Comandante da
AD/6, General de Brigada Eduardo José Barbosa. Sejam bem-vindos.
Prestigiam
esta solenidade o Capitão Wilmar Forquim Júnior, representante do 3º RCG; o
Coronel Airton Pires da Silva Júnior, Chefe do Estado Maior da AD/6; a Tenente
Heloísa Gabriel Pinheiro, representante da 1ª DL; o Coronel Marcelo Cantagalo,
Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sul; a Capitã Clarice, representante
do Colégio Militar de Porto Alegre; o Major Castro, representante do Hospital
Militar de Porto Alegre; o Tenente Laranjeiras, representante do CPOR/Porto
Alegre; o Aspirante Bueno, representante da Policlínica Militar de Porto
Alegre; Comissão Regional de Obras da 3ª Região Militar; o Maestro Subtenente
Daniel Meireles, representante da Banda do 3º Batalhão de Polícia do Exército;
os Oficiais e Praças das Forças Armadas. Todos são muito bem-vindos à nossa
Casa Legislativa de Porto Alegre.
O
Ver. João Carlos Nedel, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhores representantes da
Imprensa. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu fui criado num tempo em que civismo era ensinado na escola. Fui criado
num tempo em que as instituições pátrias eram valores nacionais e, como tal,
contavam com o respeito, a admiração e o acatamento de cada cidadão brasileiro.
Fui criado, Ver. Paulinho Ruben Berta, num tempo em que o conceito de Pátria
transcendia os interesses pessoais ou grupais alicerçados no egoísmo, para se
fixar no interesse nacional, tão bem compreendido no bem comum.
Saudoso daquele tempo, tenho a satisfação de falar desta tribuna como
autor da iniciativa de homenagearmos o Exército Nacional Brasileiro, cuja data
jubilar se comemora no próximo dia 19, e também representando a Bancada do
Partido Progressista, dos Vereadores João Antonio Dib, Beto Moesch e este
Vereador.
Entendo, Cel. Krieger, que um dos primeiros pontos da importância do
Exército para o povo brasileiro, em seguida à sua missão constitucional de
defesa da Pátria e de garantia dos poderes constitucionais, está na criação de
uma consciência cívico-patriótica, formada, segundo acredito, a partir do
serviço militar obrigatório. Tenho sempre me manifestado contrário à liberação
de jovens do serviço militar, a não ser por causas relevantes como a falta de
saúde e a condição de arrimo da
família, pois acredito, Ver. Toni Proença, que o serviço militar, em nenhuma
outra hipótese, deveria ser liberado. E vejo, com grande satisfação, que a
Estratégia Nacional de Defesa, lançada em 18 de dezembro do ano passado, tem,
em um dos seus três eixos principais, ao lado da reorganização da estrutura das
Forças e do desenvolvimento tecnológico com progressiva independência,
exatamente a manutenção da obrigatoriedade do serviço militar.
O serviço militar obrigatório, Ver.
Valter Nagelstein, funcionará, assim, como espaço republicano, tendo, em seus
quadros, representação social e geográfica semelhante à que se verifica na
população, ampliando, desse modo, Ver. Tarciso, a participação da sociedade,
pois, inclusive, prevê o possível aproveitamento de toda a juventude brasileira
em alguma forma de serviço à Pátria.
Em nosso tempo e em nosso País, entendo
que a criança e o jovem em formação têm três ambientes que, em sucessão ou
concomitância, são essenciais à formação, lapidamento e reforço do caráter, que
são a Família, a Escola e o Exército. Na família, são ensinados e
exemplificados os valores essenciais da vida; na escola, Ver. Ferronato, esses
valores são conscientemente burilados e assimilados, e, no Exército, recebem
reforço e são exercitados na prática.
O Exército é, assim, uma escola de
cidadania nem sempre bem compreendida e que poucas vezes recebe o
reconhecimento adequado que hoje esta Casa, homenageando o Exército, no seu
dia, está resgatando.
O
Exército tem uma funcionalidade, uma história e uma sabedoria que precisam ser
reconhecidas e bem usufruídas pela Nação Brasileira. É preciso lembrar, ilustre
Presidente Sebastião Melo, é preciso que todos tenhamos presente que, desde a
formação de nossa nacionalidade, o Exército tem escrito páginas gloriosas na
história do nosso Brasil, e que, quando chamado a agir, sempre o fez
objetivando exclusivamente os mais elevados interesses nacionais.
O
Sr. Valter Nagelstein: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, eu
quero cumprimentar V. Exª pela iniciativa; da mesma forma, cumprimento o Sr.
Presidente; quero cumprimentar, com muita honra, o Sr. General de Divisão,
Sérgio Costa de Castro, Comandante da 6ª Divisão de Exército e representante do
Comando Militar do Sul; da mesma forma o General de Brigada, Antonio Carlos
Nascimento; e também o General de Brigada, Eduardo José Barbosa. Aproveitando a
sua fala sobre as páginas gloriosas do nosso Exército Brasileiro, eu bem me
lembrava do papel de Caxias, Patrono do Exército, na Guerra do Paraguai; do
papel de Osório; do papel de Porto Alegre e de tantos outros militares que
escreveram com sangue, com coragem e com glória essas páginas tão bonitas da
história brasileira. Eu diria, General, que a própria dimensão continental do
nosso País é, sobretudo, devida ao papel do Exército Brasileiro, ao papel de
Caxias, o Pacificador. Portanto, em todos os momentos, é preciso que todos nós
nos lembremos da contribuição do Exército não só naquele momento histórico, mas
depois, ao longo da história da nossa Pátria, quando nós mandamos à Europa, na
luta contra o totalitarismo, a nossa Força Expedicionária, e lá está o sangue
brasileiro, no Teatro de Operações da Itália. Tenho certeza de que sempre,
quando a Pátria necessitar, lá estará o nosso Exército Brasileiro, com a sua
bravura, com a sua altivez, pronto e disposto a dar a sua contribuição heroica.
Portanto,
em meu nome, Vereador, em nome da Bancada do PMDB, do Ver. Bernardino
Vendruscolo, do Ver. Dr. Raul, do Ver. Haroldo de Souza, da mesma forma, do
nosso Presidente, em nome do Prefeito José Fogaça - de quem, com muita honra,
ocupo a liderança do Governo -, tomo a liberdade de cumprimentá-los,
cumprimentando também todos os Oficiais que estão aqui, do nosso Exército
Brasileiro, e, mais uma vez, quero dizer da nossa honra e do nosso orgulho em
termos uma instituição como o nosso Exército, que nós sabemos que, sempre que o
nosso País precisar, vai estar à nossa disposição, cumprindo a sua heroica
missão. Parabéns.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Do nativismo às lutas pela independência; da afirmação do Império - em que se
projetou a figura de Caxias como “o Pacificador” - à vitória na guerra da
Tríplice Aliança; da Abolição da Escravatura à Proclamação da República; da
República Velha à participação da valente Força Expedicionária na luta contra o
nazifascismo, o que influiu decisivamente na redemocratização do País, o
Exército Brasileiro esteve sempre a serviço da sociedade que o criou e o
sustenta.
Apesar da escassez de recursos que o tem afligido,
o Exército Brasileiro soube adaptar-se às frequentes e constantes
transformações da realidade mundial, mantendo-se atualizado e operacional a um
dos melhores níveis do cenário internacional.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exª Permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, eu quero cumprimentá-lo; cumprimentar a direção e a
representação dessa Instituição de referência nacional; os Oficiais e Praças
aqui presentes. Eu quero dizer que, cada vez mais, o Exército Brasileiro nos
honra cumprindo seu papel constitucional na afirmação de uma Nação com
soberania e pujança mundial. Parabéns ao Exército e vida longa! Parabéns, Ver.
João Carlos Nedel. Muito obrigado.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver.
Engenheiro Comassetto. Honrando compromissos
assumidos, o Brasil já se fez ou está presente em inúmeras operações de
manutenção da paz em diversas partes do mundo. E o Exército Brasileiro tem
disponibilizado recursos humanos e materiais para todas as tarefas que recebe
como missão extraordinária.
Com isso, ao participar ativamente de diversas
missões de paz, para onde foi chamado no mundo, o Exército, por seu desempenho,
tem granjeado um crescente prestígio para a política externa brasileira e
também a si mesmo, com notável incremento de sua projeção nacional e mundial.
Podemos afirmar, sem medo de errar, que, se o
Brasil hoje desfruta de elevado conceito no que tange ao trabalho que as nações
desenvolvem pela paz, muito desse prestígio se deve ao nosso querido Exército
Brasileiro.
E assim é que, para a sorte do Brasil e orgulho de seu povo, o Exército
Nacional, sempre atento e vigilante, graças exatamente à observância de seus
princípios basilares e à seriedade e competência de sua hierarquia, tem se
fortalecido institucionalmente, sem se deixar afetar pelos eventuais turbilhões
políticos que, de tempos em tempos, têm comovido o País.
O Exército brasileiro tem um braço forte e uma mão amiga. Podemos,
eventualmente, não vê-lo em toda sua atividade de campo, mas, com certeza, ele
sempre está presente em todo o Território Nacional.
Que ninguém se
engane, portanto. Se, porventura, a ordem social periclitar, o emprego do Exército para arrefecer as
investidas contrárias pode se tornar uma imposição conjuntural. No Exército
Brasileiro, nós podemos confiar sempre, haja o que houver.
Parabéns
ao Exército por esta data, e que, com as bênçãos de Deus, o Exército se
mantenha, como sempre, à vanguarda da defesa dos legítimos interesses
nacionais, preservando a ordem e a soberania do Brasil! Meus
parabéns!”(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Honra-nos
com a sua presença o Vereador colega Professor Garcia, Secretário do Meio
Ambiente, aqui no plenário da Câmara de Vereadores.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo;
colegas Vereadores e Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Falo em nome do Democratas, em nome do Líder do Democratas nesta
Casa, o Ver. Reginaldo Pujol, que hoje não pode estar presente; também falo em
nome do colega de Partido, Ver. Cláudio Conceição.
Quero
começar dando os parabéns ao nobre colega João Carlos Nedel pela iniciativa de
trazer esta a proposta, que foi acolhida pela Casa, de homenagear o nosso
Exército Brasileiro. O nosso Exército Brasileiro pertencente a todos os
brasileiros!
Escutando atentamente as
palavras definidoras do colega João Carlos Nedel, estive pensando o que
retratar nesta homenagem, mas me reporto aos idos de 1848, precisamente no dia
19 de abril, momento esse brilhantemente escolhido para ser o marco histórico e
o dia comemorativo ao Dia do Exército, eis que lá, no Nordeste brasileiro, no
Monte Guararapes, eu tenho certeza de que se acendeu a primeira centelha viva,
representativa do sentimento de um povo que nascia, de um sentimento de algo
maravilhoso que haveria de vir e ajudar a construir a grandeza da nossa Nação.
Sob todos os ângulos, sob
todas as perspectivas, notamos que, naquele momento, guerreiros, soldados, na
melhor das hipótese, soldados brancos comandados por André Vidal de Negreiros;
índios comandados por Felipe Camarão; pretos comandados por Henrique Dias; já
cafuzos, já mulatos - com certeza -, caboclos, mas todos crioulos desta terra
nativa, expulsaram, unidos, os estrangeiros holandeses desta terra, o Brasil.
Vejam que belo sentimento,
sem distinção de raça, sem distinção de cor, sem distinção da cor dos olhos de
quem quer que seja; nasce um sentimento pátrio verdadeiro, e nascem, juntos, os
primeiros resquícios do nosso Exército Brasileiro. Olhando hoje os irmãos de
farda, nós vemos isso tudo.
Conhecendo
a minha história de “soldadinho do Exército Brasileiro”, olhando para cada um
de nós, mesmo para os que não estão aqui fardados, mas que foram soldados do
nosso Exército, cada um de nós tem a sua peculiar história, são filhos de pais
brasileiros que representam as ansiedades desta Nação, dentro da sua
pluralidade, dentro das suas diversas conotações políticas, mas nos foi
demonstrado, ao longo do tempo, que, na hora em que o solo pátrio necessitou,
todos nós nos irmanamos num ideal único em defesa desta terra. E isso, melhor
dizendo, seguindo o que o colega Nedel aqui falou, está presente em todas as
batalhas e histórias da nossa Pátria, por intermédio do Exército. Trago essa
lembrança, essa afirmação, essa convicção de poder dizer da minha felicidade,
como Suplente desta Casa, em ter assumido nesses poucos dias e por ter havido a
coincidência feliz de estar aqui, mais uma vez, e poder homenagear o meu
Exército, homenagear os meus irmãos de farda. A todos vocês, Soldados Rasos,
Praças, Oficiais, Comandantes e Comandados do nosso Exército Brasileiro,
sejamos, difícil de ser, mas, cada vez mais, dignos de vergarmos a nossa
verde-oliva. E que o Brasil seja a Nação que cada um carrega dentro do seu
coração!
Felicidades
a todos vocês! Parabéns ao Exército e Viva o nosso Brasil! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Uma saudação toda especial ao Ver.
Nedel, que propõe e apresenta esta oportunidade de homenagearmos o Exército
Brasileiro. Eu falo em nome do meu Partido, o PSB, nesta homenagem, não podendo
deixar de trazer, com lembrança e saudade, a figura do meu falecido pai, que
serviu em Uruguaiana e, em razão de ter estado servindo em tempo de guerra, lá
ficou por três anos. Nasci e me criei ouvindo com que orgulho meu pai falava
daqueles tempos de Exército, das glórias, das histórias, das ações do Exército
Brasileiro.
Na
semana passada, eu estive visitando minha mãe, de 83 anos, no interior do
Estado, e eu disse que a minha filha estava em Uruguaiana, e ela respondeu:
“Foi lá que o teu pai serviu no tempo da guerra, ele era telefonista do
gabinete do Comandante.” Passaram-se 50 anos e, ainda hoje, na minha família,
se rememora os tempos em que meu pai esteve no Exército. E, ainda hoje, nós
sabemos, comentamos o que representa o Exército Brasileiro para o nosso País. E
aqui já se falou bastante, mas, apenas faço um pequeno resgate: além de todas
as ações internas no País, suas atribuições, eu acredito que seja uma
referência também vermos forças brasileiras no Exterior sempre representando,
com dignidade e um alto desempenho, o papel que a eles é conferido. Daí por que
eu tenho absoluta consciência de que aquele orgulho que o meu pai sempre
expressou é uma realidade que todos nós precisamos ter, meu caro Ver. Valter
Nagelstein, ou seja, enquanto homens públicos, agentes de mudanças neste País,
pessoas que, de uma forma ou de outra, pensam na comunidade, sabermos que junto
está, sempre está, e sempre esteve o nosso Exército.
Apenas
outra observação: a história do Exército Brasileiro se confunde com a história
da nossa Pátria, da nossa gente, do nosso povo; começou lá por Caxias. Para
concluir, eu gostaria de registrar que, nas grandes ações que se desenvolvem no
País, dentre elas, guardar as fronteiras da nossa extraordinária mata
amazônica, lá está o nosso Exército Brasileiro. Está nas matas amazônicas, está
no Exterior, está no seio do nosso povo e da nossa gente, internamente, na
nossa Pátria, e está com uma eficiência exemplar e com uma presteza que merece
registro, quando das lamentáveis catástrofes que acontecem como, por exemplo,
há pouco, em Santa Catarina.
Daí
o porquê do nosso registro nesta apropriada apresentação do Ver. Nedel, nos
viabilizando esta possibilidade de cumprimentar todos e de trazer um grande
abraço à família brasileira, guardada carinhosamente por vocês, senhoras e
senhores, do nosso Exército Brasileiro. Um abraço. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda componentes da Mesa e
demais presentes.) Os nossos cumprimentos especialmente ao Ver. Nedel por ser o
proponente.
O
pároco que representava a Igreja São Jorge nos falava que, se queremos a paz,
devemos pregar a fé, e nós sabemos que os senhores militares, porque querem a
paz, se preparam, diuturnamente, para a guerra, e é assim.
Desculpe-me,
Presidente, mais uma vez agradeço, porque, no ano passado, fui orador na
homenagem que esta Casa fez aos 200 anos do General Osório, que é para nós, sem
sombra de dúvida, um dos maiores homens, fruto aqui do Rio Grande, e que fez
brilhante trabalho em defesa da Pátria.
E,
com isso, evidentemente, eu também já me apresentei aqui, Coronel Cantagalo,
aos demais que não me conheciam. Já deu para ver que sou cavalariano, com todo
o respeito, vindo lá da grande Irai, Ver. Adeli Sell; servi em São Borja e,
depois, evidentemente, também servi aqui na PE. Nossos cumprimentos à Companhia
de Guarda, ou Companhia de Escolta, coisa assim; na época, era a 2ª Companhia
dentro do Esquadrão da Polícia do Exército, e lembro que, sempre que
participávamos das instruções, se mencionava os feitos da nossa Companhia na 2ª
Guerra Mundial.
Como
eu já me apresentei a todos, não vou deixar de aproveitar esta oportunidade,
Presidente, para me atrever a dizer uma poesia que, por atrevido, escrevi no
ano passado, quando da homenagem aos 200 anos do General Osório. (Lê):
“Marechal Osório - Forjado ainda piazito/ No laboratório da campanha/ Fez
quando menino/ Sua primeira façanha/ Iniciou o manuseio das armas/ Ombreado com
seu pai, não recuou/ Nos entreveros das peleias/ Jamais vacilou/ Manoel Luis
Osório, Marquês do Herval/No decênio heroico iniciou Republicano e terminou
Imperial/Na vida amou eternamente sua Pátria/Nas guerras foi o primeiro de seu
tempo/Soldado da linha de frente/Osório defendeu sua gente/Homem determinado e
combatente/Vindo da cepa Rio-Grandense/Temido pelos inimigos/Respeitado pelos
superiores/Adorado pelos subordinados/Em combate nunca deu costado/Cavaleiro
das guerras/Nos combates de montaria/Defensor de sua terra/Nas linhas de
sesmaria/Guerreiro de cavalaria/Nas cargas de combate/Centauro de montaria/Não
ficou na estrebaria/Batizado a fogo em Montevidéu/Sobreviveu no combate do
Sarandi/Brigou em Rosário/Ituzaingó/Ferido em Avaí/Fez tremular a bandeira em
Humaitá/Marchou em Tuiuti/De trincheira em trincheira/Demarcou o Brasil/No
comando da estrela guia/Fez-se chefe da cavalaria/Lutou por amor e ideal/Lema
de uma vida/Na luz dos canhões e da arma branca/De espada em punho bradou, sem
temer/É fácil comandar homens livres/Basta mostrar-lhes o caminho do dever.”
Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa
e demais presentes.) Quero parabenizar o Ver. Carlos Nedel
por esta brillante iniciativa. Eu
falo em nome da minha Bancada, a Bancada do PDT, com muita honra, prestando
esta homenagem ao Exército Brasileiro. Quando - meus queridos comandantes do
dia a dia, nós acompanhamos as notícias pela imprensa, pelos jornais - uma mãe
tem coragem de assassinar o seu filho por causa da droga, “filho único é
assassinado por causa das drogas”, isso demonstra, hoje, que a droga está, sim,
destruindo famílias de todas as classes sociais. Sabemos, meu caro Presidente,
que a FASE é um órgão que tem a responsabilidade de recolher e encaminhar os
jovens infratores para uma vida melhor, e já não há mais local para colocar os
nossos jovens. Hoje o custo de cada jovem infrator passa dos seis mil reais.
Eu sou de uma família de seis irmãos - quatro
homens e duas mulheres. Quando a minha mãe faleceu, nenhum de nós havia servido
no Exército. E, por Lei, nós tínhamos obrigação de fazer a documentação de
arrimo, e não seria necessário servir ao Exército. Mas, quando o meu irmão mais
velho entrou para o Exército, ele aconselhou todos os três irmãos que fizessem
o mesmo. E todos nós servimos o Exército, os quatro irmãos. Eu digo isso, meus
colegas Vereadores, Dr. Thiago, de cadeira, porque o que aprendemos no Exército
levamos para a vida. Aprendemos a ter respeito, o que torna a sociedade mais
digna.
Portanto, meu caro Presidente, quero parabenizar
todos pelo Dia do Exército; quero mandar um abraço muito fraterno, muito amigo,
muito carinhoso a todos vocês, por tudo que representam, hoje, para a segurança
da nossa sociedade hoje. Parabéns. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Neste
momento, concedo a palavra ao Exmo General de Divisão Sérgio Costa
de Castro, Comandante da 6ª Divisão do Exército, representando o Comando Militar
do Sul.
O
SR. SÉRGIO COSTA DE CASTRO: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo; Exmo
Sr. Ver. Nedel, que propôs esta Sessão Solene em homenagem ao nosso Exército;
Exmos Srs. Vereadores e Vereadoras; irmãos de farda, após uma Sessão
desta, em que nós temos - nós, militares - o nosso trabalho reconhecido,
enaltecido pelo que nós fazemos em prol da nossa Pátria, só nos resta
agradecer. E, nestas minhas palavras de agradecimento, eu gostaria de asseverar
alguma coisa a todos os presentes. Desde o surgimento do Exército Brasileiro,
nas lutas pela expulsão dos holandeses do Nordeste, quando cidadãos nascidos no
Brasil, portugueses já radicados no Brasil, índios, escravos, negros, brancos,
sem distinção de cor - como já foi dito nesta tribuna - se uniram contra um
inimigo comum, nessa data surgiu o nosso Exército. E, desde essa época até os
dias atuais, como também já foi dito nesta tribuna, estamos integrados com a
sociedade. O Exército é a sociedade brasileira; são brasileiros que usam farda
para cumprir missões previstas na nossa Constituição. E nós fazemos esse
trabalho com muito orgulho, com muito sentimento de brasilidade, sempre
buscando o melhor para o nosso País. Esse trabalho vem sendo feito desde o
surgimento do Exército até os dias de hoje. Diversos períodos da história já
foram ressaltados aqui, bem como diversos vultos históricos, militares que
entraram para a história pelo seu trabalho, como Caxias, Osório e muitos outros
que já foram ressaltados. Nós seguimos cumprindo essa missão. Temos orgulho de
estar cumprindo a principal missão para a qual existem as Forças Armadas -
existe o Exército, num país, para garantir a paz. Nós nos preparamos para a
guerra, porque, quanto mais preparados estivermos, mais dissuadiremos aqueles
inimigos em potencial e mais respaldaremos as decisões diplomáticas que a Nação
tem que tomar, porque, quando entramos em conflito econômico, político, ou seja
lá o que for, com outro país, esse outro país vai pensar duas vezes antes de resolver
os seus problemas pela força, porque nós temos uma Força que está cumprindo a
sua missão. No dia em que nós entrarmos em guerra, teremos perdido a primeira
batalha: não dissuadimos, não mostramos a nossa força, e, se alguém achou que
podia resolver os problemas contra o Brasil, as pendências que tem com o
Brasil, pela força, esperamos, caso percamos a primeira batalha, jamais perder
a guerra, como até hoje aconteceu ao longo de toda a nossa história: nós não
perdemos nenhuma guerra. Em todos os conflitos em que nós entramos, nós saímos
vitoriosos.
Aqui
no Rio Grande do Sul, a integração do Exército com o gaúcho, com o povo
rio-grandense, é muito grande. Nesta região, foi onde mais as nossas fronteiras
flutuaram no século XIX, as nossas fronteiras foram “marcadas a ferro e fogo”,
por assim dizer, exigiram muita luta para serem o que são hoje, e, nessa época,
o povo rio-grandense integrava o Exército de uma maneira geral; aqueles que não
estavam nas fileiras sofriam, juntos, as agruras das guerras que ocorreram aqui no sul
do Brasil, para essa delimitação de fronteira.
Mais uma vez, asseverando que estamos sempre
fazendo o melhor possível para cumprir a nossa missão, agradeço à Câmara
Municipal de Porto Alegre esta homenagem sincera, na qual nós nos sentimos
orgulhosos de ser reconhecidos pelo trabalho que realizamos. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em primeiro
lugar, queremos cumprimentar o Ver. João Carlos Nedel e, de resto, estender o
cumprimento a toda Casa, porque o Requerimento é de sua autoria, mas a
aprovação foi pela unanimidade do Plenário. É um justo reconhecimento ao nosso
Exército Brasileiro. A nossa Cidade, que é uma cidade plural, composta por
várias forças políticas, reconhece aqui, na sua totalidade, o papel do passado,
do presente e, especialmente, do futuro dessa Instituição.
Permitam-me também
dizer que o relacionamento desta Casa com o Exército é um relacionamento
qualificado. Eu conheci o Cantagalo, que representa aqui hoje o Exército nessa
relação parlamentar, figura muito amável, muito qualificada; também o Irani
Siqueira, que aqui conosco conviveu por um bom tempo, e isso facilita muito
essa relação.
Então, eu queria destacar que as outras
instituições, se tivessem essa preocupação de se relacionar com os Poderes -
porque eu sei que essa relação não é só com o Legislativo -, isso contribuiria
muito para as demandas da cidadania. Estarei lá, amanhã, no Regimento, como um
dos que vão receber medalha, é um reconhecimento emérito, Diploma de
Colaborador Emérito do Exército. Quero agradecer e deixar registrado que tudo
já foi dito aqui: nas fronteiras, o papel social do Exército é fundamental, e
não é só em calamidades, mas também quando se abate uma tristeza, como
aconteceu em Santa Catarina, um papel social sempre presente na vida
brasileira. Cumprimento todos os senhores de forma muito carinhosa. Estão
suspensos os trabalhos da presente Sessão para as despedidas. (Palmas.)
(Suspendem-se os trabalhos às 15h13min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 15h16min): Estão reabertos os trabalhos. Apregoo
Requerimento, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que solicita custeio de viagem
em representação desta Casa no Ministério da Educação, em Brasília, em reunião
a ser realizada no dia de 17/04, com saída no dia 16/04 e retorno no dia 19/04.
Convite anexado.
Comunico a esta Casa, com tristeza, o falecimento
de Fátima, sobrinha do Secretário Ernesto Teixeira, cujo velório está ocorrendo
no Cemitério São Miguel e Almas; o sepultamento será às 16h, e esta Presidência
estará representando a Casa. Uma morte juvenil ainda. Nosso querido amigo
Ernesto, receba as condolências desta Casa.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Em nome da
Liderança do Governo, quero me solidarizar, estendendo os nossos votos ao Secretário
Ernesto da Cruz Teixeira.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Neste momento,
eu quero convidar o representante do Cerimonial da Casa, José Luiz, para fazer
uma leitura, pois hoje - não sei se os Vereadores já tiveram acesso ao
Editorial do Jornal do Comércio - há um reconhecimento ao trabalho coletivo
desta Casa, num momento em que o Legislativo é muito atacado na sua história, e
eu acho que é importante para esta Casa que fique registrado o que o Jornal do
Comércio manifesta, especialmente sobre o desafio que tem esta Casa. Portanto,
em nome da Mesa Diretora, solicito, José Luiz, que proceda à leitura e solicito
atenção dos Srs. Vereadores.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luiz Espíndola): Coluna
Opinião, Jornal do Comércio. Porto Alegre, quinta-feira, 16 de abril de 2009
(Lê.): “Um ano para a Câmara pensar o futuro de Porto Alegre. A Câmara
Municipal de Porto Alegre está agindo de maneira célere. Com isso, emite os
sinais corretos à sociedade, fazendo com que os porto-alegrenses tenham
esperança em um futuro melhor. Com uma Mesa pluripartidária, nela estão
representados os diversos segmentos políticos, em um ano que se apresenta como
por demais importante. Isso porque a Cidade está revisando o Plano Diretor,
lançado em sua primeira edição formal em 1959, reavaliado em 1979 e em 1999. A
Capital, conforme frisou o Presidente Sebastião Melo, que não nasceu em Porto
Alegre, deve se antecipar aos problemas e debater a cidade que queremos para
daqui a 20 anos ou 40 anos. Não se pode é ficar a reboque dos acontecimentos e
ir arrumando aqui e ali com remendos que, adiante, se mostrarão um problema.
Aliás, os exemplos são citados à exaustão, dos prefeitos que estiveram à frente
do seu tempo. Ora, essa frase gasta quer dizer que o mais prático foi feito e que
deveria sempre ser mantido um planejamento para a Capital dos gaúchos. Desde
Edvaldo Pereira Paiva, passando por Otávio Rocha, Alberto Bins, José Loureiro
da Silva, Leonel Brizola, Ildo Meneghetti e Telmo Thompson Flores, citando
alguns, Porto Alegre tem sido melhorada pela visão de seus dirigentes.
Inclusive no período do chamado regime militar, eis que os três prefeitos
nomeados, Telmo Thompson Flores, Guilherme Socias Villela e João Dib, se
debruçaram sobre as obras que deveriam concluir ou planejar, fossem deles ou
não. No entanto, o rápido crescimento da frota de veículos, com 700 mil
automóveis registrados, a expansão urbana, que exige pavimentação, água,
esgotos e a revitalização do Centro, são ações que merecem debates a fim de que
se chegue a um consenso. Não unanimidade e, menos ainda, a “fulanização” dos
assuntos, na base do “achismo”. Temos regras, vamos obedecê-las e pronto. Há
uma maioria silenciosa e minorias que movimentam a Cidade, mas que poucas
soluções, ou nenhuma, apontam. Pois a Câmara mudou, simplificou homenagens,
colocou um basta em coquetéis e nomes de ruas, algo importante. Hoje, um nome
de rua ou avenida só passa pelas comissões de análise, sem ir mais ao Plenário.
A Câmara deve debater ou decidir sobre o Pontal do Estaleiro, o Cais Mauá e a
liberação da área para a ampliação da pista do Salgado Filho. Dois desses
assuntos, o Cais Mauá e a pista do Salgado Filho, estão na pauta há pelo menos
15 anos, uma demasia. As obras para ampliar a pista do aeroporto de 2.300 para
3.300 metros são de responsabilidade federal. A contrapartida da Prefeitura é o
reassentamento das Vilas Dique, com 1.476 famílias, e Nazaré, com 1.200
famílias. No final de maio, serão entregues as primeiras 52 moradias para
famílias da Vila Dique no novo loteamento, na Avenida Bernardino Silveira
Amorim, junto ao Porto Seco. Este deve ser um ano dos mais profícuos na vida da
Capital. Doravante e até dezembro de 2009, que os representantes do povo
lembrem-se que podem entrar para a história do Legislativo como sábios. Ainda
que algumas vezes, se a população não tiver o devido conhecimento do que é
feito na Câmara, eles serão como as rosas no deserto, local onde os insetos as
maltratam, pois não sabem apreciar o seu perfume ou sua beleza.
Os Vereadores devem entender os porto-alegrenses
como eles são e as circunstâncias da Cidade como elas ocorrem. Se os nossos
representantes se calarem, as ações tornar-se-ão propícias aos que ignoram os
fatos e não projetam a Porto Alegre que tanto almejamos.”
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido uma
pequena representação de Vereadores que queira me acompanhar ao velório da
sobrinha do Secretário Ernesto Teixeira, mas que possamos dar continuidade aqui
aos trabalhos no plenário. Portanto, Ver. Adeli Sell, solicito a V. Exª que
assuma os trabalhos.
Srs. Vereadores, eu solicitei à Assessoria da
Presidência que comunicasse a todos os Vereadores, o que foi devidamente feito,
mas, talvez, alguns não tenham ainda aberto as suas caixas de correspondência,
que o advogado do proprietário da área do Pontal do Estaleiro solicitou, em
caráter de urgência, uma reunião com a Presidência da Casa. E eu,
imediatamente, determinei que, hoje à tarde, às 17h30min, o receberia. Ele quer
entregar um documento à Casa, e eu gostaria de contar com a presença de todos
os senhores no Salão Dilamar Machado, às 17h30min, para receber esse documento,
cujo teor eu não sei, mas
ele quer entregar a esta Casa. Está feito o convite.
(O
Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Convido
o Ver. Toni Proença a assumir a presidência dos trabalhos para que este
Vereador faça a sua manifestação em Comunicações.
(O
Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, neste
período de Comunicações, nesta quinta-feira, quero me reportar a vários
assuntos da municipalidade, e a alguns de forma telegráfica. Queria anunciar
aqui que mandei uma carta ao Sr. Prefeito Municipal, como havia anunciado
ontem, pedindo a demissão imediata do Secretário Senna e sua equipe. Não
preciso comentar mais nada, porque, se isso não for feito, eu vou, ainda nos
próximos dias, talvez nas próximas horas, ao Ministério Público abrir um
processo, porque, a bem do serviço público, não podemos continuar com esse
desdém que nós temos na Empresa Pública de Transporte e Circulação, EPTC.
Eu
quero tratar da situação da orla. Muito se debateu, e inclusive o Presidente
Sebastião Melo, há pouco, nos convidou para uma reunião sobre, novamente, a
questão do Pontal do Estaleiro. Podemos continuar debatendo esse e outros
temas, mas, se a orla do Guaíba não tiver uma atenção, a começar pela limpeza,
pela segurança, pelos frequentes fogaréus, que eu percebo por toda a orla, no
Gasômetro e no Pontal do Estaleiro, não adianta vir aqui fazer discursos a
favor dos maricás, se nós estamos vendo fogueiras nas árvores, inclusive aqui
dentro do Parque da Harmonia. É lixo por todos os lados. Eu queria apelar ao
Diretor do DMLU - para que, ainda neste final de semana, nós possamos ter um
feriado, às margens do Guaíba, com a orla limpa, arrumada - que mande retirar
todo o lixo da orla.
Mas
eu quero falar de outro lixo, que são aqueles navios-fantasma, ali no Cais
Mauá. Há 60 dias, Ver. Pedro Ruas, eu fiz um Pedido de Informações, e, mais uma
vez, a Câmara é desrespeitada, porque eu deveria ter o retorno em 30 dias, da
Marinha, da SPH e da Prefeitura - por escrito. A SPH, para fotografar e filmar
os navios, exigiu licença da Polícia Federal e dos consulados. Eu a tenho e não
pude fazer as fotos por falta de segurança, mas uma empresa de televisão, e
apenas uma, fez imagens. E as outras que não puderam fazer imagens? Por que os
privilégios para uma empresa de comunicação? Por que para uma? E tem mais: essa
mesma empresa foi a única que não mencionou, não consultou o que eu fiz, e ela
só pôde fazer o que fez porque há 60 dias eu vim aqui, voltei aqui, fui para
todas as mídias, mandei releases, mandei fotos, fiz um estardalhaço
sobre os navios-fantasma à beira do Cais Mauá. Pelo que eu sei, o bom Direito
manda dizer que as coisas têm autor, têm iniciativa, inclusive têm direito
autoral; por isso quero me somar ao Ver. Haroldo, que também fez duras críticas
sobre o comportamento da mídia da nossa Cidade.
Eu
não devo nada a ninguém, não será uma notinha ou uma chacota, coisas desse tipo
que vão me espantar. Nunca me espantaram, nunca me amedrontaram, e eu
continuarei a mostrar: eu tenho tribuna porque tenho voto popular. O voto me
garante circular nas ruas e fiscalizar, me garante circular na orla e
denunciar, me dá o direito, porque eu tenho os documentos para entrar nos
navios! A segurança é por minha conta! É que não querem mostrar os ratos, as
baratas, os mosquitos, a água empossada, o óleo entrando no Guaíba, e vem
sempre a mesma conversa: a Justiça demora, não resolve os problemas. Há
responsáveis. O Porto de Porto Alegre é responsabilidade da SPH, a questão da
Saúde é responsabilidade da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e eu
continuarei cobrando. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Vereadoras e Vereadores, o nosso País
acompanhou, nos últimos dias, particularmente anteontem e ontem, uma situação
que é, no mínimo, inusitada. Investigado de todas as formas e por todos os
ângulos possíveis e imagináveis, o Delegado da Polícia Federal Protógenes
Queiroz terminou suspenso das suas funções, num indicativo de expulsão da
Polícia Federal por uma suposta atividade político-partidária. Por tudo o que
investigaram do Delegado Protógenes, foram buscar, lá num comício de 2008, numa
cidade do Interior, uma participação do Delegado. Mas a questão sobre a qual
devemos nos debruçar e pensar por respeito à nossa sociedade, à nossa
população, é por que hoje é investigado, hoje é condenado o Delegado que
investigou e prendeu o maior banqueiro do País, e, seguramente, um dos
banqueiros mais ricos e desonestos do planeta, que é o Sr. Daniel Dantas. E
nós, como homens e mulheres detentores de mandato popular, temos obrigação de
refletir que momento é este em que vivemos, quando um banqueiro poderoso é
solto imediatamente pelo Supremo Tribunal Federal, e, preso novamente, é solto
mais uma vez, posando de vítima na sociedade. E o Delegado que o investigou e o
Juiz que autorizou a prisão temporária, Dr. Fausto De Sanctis, são vítimas
de uma perseguição, de uma investigação e quase de uma execração pública. Por
que isso, Vereadores e Vereadoras? Por que acontece no nosso País tal situação?
O Delegado que prendeu o banqueiro, que prendeu
também Paulo Maluf, que prendeu Celso Pitta, que prendeu Naji Nahas, notórios
corruptos, milionários a custa do dinheiro público ao longo dos anos, pois é, o
Delegado e o Juiz são agora investigados, são os que podem perder cargos e é de
quem se pede, inclusive, a perda da liberdade. Mas e o banqueiro? E o poderoso
e corrupto banqueiro Daniel Dantas? A mídia gigantesca, Ver. Haroldo de Souza,
do centro do País é quase unânime em condenar o Delegado Protógenes. Mas e o
banqueiro?! E o bandido?! E o rei da máfia financeira?!
Os bancos no Brasil tiveram, em 2008 e 2007, lucros recordes no mundo! No mundo! E esse Sr. Daniel Dantas, dos mais ou o mais corrupto desse setor - e, portanto, de toda a sociedade, porque esse setor é o mais corrupto da sociedade - consegue, apesar dos seus crimes, dos indícios e das provas, ficar solto, sequer é mencionado, a não ser como, entre aspas, “vítima da investigação do Delegado Protógenes Queiroz”. Ora, por favor! Isso é um deboche com a inteligência mediana; isso é um deboche com a miséria do nosso povo; isso é um deboche em relação à imagem externa do País! O banqueiro ladrão e corrupto solto, e o Delegado que investigou, processado, e agora suspenso da Polícia Federal. Nós temos que viver outros tempos! De cada um de nós, da consciência de cada um de nós, a geração presente e as futuras exigem tomadas de posição. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra em Comunicações.
Convido o Ver. Adeli Sell para assumir a
presidência dos trabalhos.
(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos
trabalhos.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, hoje é um dia de alegria, de
felicidade. Sou obrigado a falar um pouquinho, Toni Proença, da minha
verdadeira paixão pelo Grêmio, e eu confesso que ontem me tornei ainda mais
gremista. Ver. Haroldo de Souza: o Grêmio, mesmo sem técnico, ganhou de dois a
zero fora de casa. Quando o Grêmio tinha técnico, no máximo o time conseguia
empatar; então, nós não queremos mais técnico; esse que está conduzindo os
trabalhos está bem, e, certamente, nós seremos tricampeões da Libertadores, meu
grande amigo Ver. Conceição.
Também
quero dizer para o meu amigo Mauro Pinheiro que ontem vivi aquele momento que
eu havia falado, à tarde, nesta tribuna, qual seja, um momento de alegria e
felicidade em ver o meu time, mais uma vez, se superar e chegar a líder da
chave. Hoje, certamente, às 21h, o aeroporto estará lotado de torcedores do
Grêmio, mostrando a maior paixão já vista no Rio Grande do Sul e no Brasil.
O
Sr. Mauro Pinheiro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu amigo, Ver. Alceu
Brasinha, acho melhor o senhor ter cuidado, pois, quando o paciente está mal,
está na UTI - o Dr. Raul é médico e sabe disso -, está quase morrendo, e ele dá
uma melhorada, a família fica alegre, fica contente, e o paciente acaba
morrendo. Como o Grêmio deu uma melhoradinha, pode ser que aconteça o mesmo com
ele, Brasinha.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Meu
amigo, ele não deu uma melhoradinha, nós somos líderes da chave. E eu quero
lembrá-lo de uma coisa: nós estamos participando da Libertadores da América,
enquanto vocês estão lutando pelo Campeonato Gaúcho, que é outra competição e
que não tem a mesma vantagem da Libertadores da América. E aqui, nesta Casa,
nós temos a vantagem, a alegria de ter um campeão mundial, o atacante e hoje
Vereador Tarciso, que sabe como é bom ser campeão da Libertadores. Quantas
vezes tu fizeste gol, Tarciso, quantas vezes tu fizeste o Rio Grande do Sul
chorar? E hoje tu estás aqui. Hoje à noite, eu quero te ver no aeroporto,
recebendo conosco os nossos atletas para dar um abraço neles.
Mas eu também quero falar, Ver. Adeli, de uma coisa que faz
mal para o Rio Grande do Sul, que faz mal para o Brasil: o gigante Carrefour.
Para mim, esse é um problema sério. Todos os dias que tu andas no bairro, todas
as horas, todas as noites, quando tu participas de alguma coisa, tem gente
falando do Carrefour, que o Carrefour vem massacrando os pequenos, Ver. Dr.
Raul. É a coisa mais terrível a gente, quando se vive o momento de pequeno
empresário, ser massacrado pelos gigantes que vêm aqui, fazem as suas
promoções, não querem saber se o dono do minimercado, que vende o leite, o pão,
tem a sua filha, o seu filho, a sua família, a sua esposa, o seu sogro, a sua sogra,
para sustentar. Eles não querem saber, quebram todo mundo! Eu não sei como é
que tem gente que ainda vem dizer que o Carrefour é bom para Porto Alegre. Eu
estava assistindo a um jornalista dizer que é bom; é bom para ele, mas, no dia
em que ele tiver uma empresa, eu quero ver se ele vem dizer que o Carrefour é
bom para Porto Alegre. Eu duvido!
O senhor sabe quantas empresas, no bairro Passo da Areia,
estão quebradas? A farmácia está quebrada, a lavanderia está quebrada, a
ferragem está quebrada. Está todo mundo quebrando, e o Carrefour está com mais
promoções, mais gente, e, ainda por cima, não gostam do Banrisul. Eu não sou um
defensor do Banrisul - quem gosta de banco mesmo é o Ver. João Carlos Nedel; eu
não gosto de banco, mas, como é o Banrisul, eu defendo. Eles não aceitam nem
parcelar no Banricompras. Eu, que sou um Vereador humilde, um pequeno
empresário, só tenho cartão do Banrisul, e não posso comprar lá, Ver. Adeli
Sell. Não posso!
Eu acho que nós temos que fazer uma Frente Parlamentar e
pedir ajuda aos companheiros Vereadores para fiscalizar isso. Não pode
acontecer isso.
Ver. Paulinho Ruben Berta, o senhor, que vem lá do Rubem
Berta, sabe o que acontece quando chega num supermercado como o Carrefour: eles
não querem aceitar o cartão, que é o Banricompras, o único que a gente pode
ter. Eu só tenho esse cartão.
Para concluir, Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell, eu gostaria
de dizer que o Carrefour faz mal para Porto Alegre, faz mal para o Rio Grande e
faz mal para o Brasil!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Alceu Brasinha.
Eu gostaria de anunciar a presença do Presidente da Ajuris,
a nossa Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, o Desembargador Carlos Cini
Marchionatti, que está sendo recebido pelo Ver. Airto Ferronato.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Aldacir José Oliboni.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO:
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e
senhores; quero tratar aqui, em nome da nossa Bancada e de um conjunto de
outros colegas Vereadores, do tema que temos debatido a respeito dos problemas
relacionados ao licenciamento dos projetos na Prefeitura Municipal de Porto
Alegre.
Temos
feito várias audiências públicas, várias reuniões nas Comissões, reuniões
ordinárias e reuniões extraordinárias, para tentar desentravar projetos de
grandeza significativa para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul e que caem
nos órgãos licenciadores da Prefeitura Municipal, ou seja, na Secretaria do
Planejamento Municipal, na Secretaria Municipal de Obras e Viação, na SMAM, na
SMT, no DEP e no DMAE, não saem mais de lá e correm o risco de perderem os
recursos para fazer investimentos na cidade de Porto Alegre. Estou falando de
projetos de ordem institucional. Não estou nem falando, Ver. Adeli, dos
projetos de ordem privada, e nem são os grandes projetos de ordem privada.
Neste
momento, uma grande quantidade de colegas engenheiros e arquitetos - junto com
projetos - estão migrando de Porto Alegre para trabalhar em outras cidades do
Interior do Estado ou na Região Metropolitana, porque, Ver. Paulinho Ruben
Berta, apresentam um projeto na SMOV, e esse projeto não anda. Demora uma
infinidade a aprovação da obra de uma casa; projetos mínimos, e as pessoas
acabam construindo, Ver. Alceu Brasinha, irregularmente. E o senhor, como
empreendedor, sabe o que significa uma licença quando não sai, tendo a
documentação correta, ou quando anda de mesa em mesa, de Secretaria em
Secretaria, e cada um dos técnicos faz o seu pedido particular, que tem que ser
respondido, e o projeto volta; passa para outra mesa, é feito outro pedido, e
volta novamente o projeto. E as pessoas que estão trabalhando, querendo
construir uma cidade legal e regular, ficam na dependência de um modelo que
está falido.
Nesta
semana, tivemos o prazer de participar, na Comissão de Educação, Ver. Haroldo
de Souza, do debate sobre a Escola Técnica Federal da Restinga, assunto sobre o
qual haverá outra reunião amanhã, nesta Casa, porque ontem saiu em todos os
jornais que o nosso Secretário de Gestão e Governança, Clóvis Magalhães,
garantiu que, em 60 dias, estarão aprovados os projetos para que, com os cinco
milhões e meio que estão depositados, do Governo Federal, se possa dar início à
obra. Hoje, pela manhã, tivemos a presença, em reunião da CUTHAB, da UFRGS. Com
todo o investimento do Governo Federal para a ampliação do campus - o
dinheiro está depositado -, não conseguem aprovar os projetos no Executivo
Municipal, nas suas devidas Secretarias.
Trago
aqui esta preocupação, que não é minha; que é de um conjunto de colegas
Vereadores, mas que é da Cidade, em primeiro lugar. Quero aqui repetir a frase
que eu disse hoje pela manhã: o sistema de planejamento e licenciamento de
nossa Cidade está falido, nós precisamos ter uma atuação coletiva aqui desta
Câmara e propor mudanças, mudanças significativas, radicais e estruturadoras,
e, ao mesmo tempo, exigir dos gestores públicos que conduzam os processos, que
não fechem os olhos para esse problema da cidade de Porto Alegre.
O
Prefeito Fogaça também tem que olhar para isso, porque, na sua reeleição, ele
disse: “Dinamizarei Porto Alegre”. Não é da forma que aí está! Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PAULINHO RUBEN BERTA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos que nos assistem, hoje
eu venho aqui fazer um convite a todos os Vereadores. Amanhã haverá uma
caminhada no Conjunto Residencial Rubem Berta, onde residem aproximadamente 35
mil moradores. O conjunto Residencial Rubem Berta é fruto de uma ocupação
ocorrida no ano de 1987, e, nesses 22 anos, essa comunidade vem se organizando,
buscando seus pleitos e buscando levar qualidade de vida a todos que lá moram.
Eu gostaria, então, de
reiterar o convite. Sairá condução daqui da Câmara de Vereadores, e seremos
acompanhados pelo Presidente da Casa, Ver. Sebastião Melo, para que possamos exercer
o compromisso que assumimos ao nos eleger, que é o de fiscalizar. Poderemos,
assim, ter a nítida visão das necessidades daquela população, e, como exemplo,
são 35 mil moradores que não têm sequer uma equipe do PSF. Lá temos 39 núcleos,
cada núcleo composto por 128 famílias, onde não há esgoto, não há calçamento,
todas as áreas de praça estão ocupadas. Se aguardarmos somente pelo Orçamento
Participativo, poderemos esperar 60 anos para desobstruir as áreas de praça
invadidas e entregá-las à população de idosos e crianças. Essas pessoas não têm
o prazer de tomar chimarrão ou de levar seus filhos e netos para brincar, nos
finais de semana, nas praças; não podem se divertir. Esse é um gravíssimo
problema que existe lá.
Eu
sei que há pessoas que podem interpretar de forma errada o que eu estou
dizendo, porque acham que é preciso morar; sim, precisa-se, mas nós também
precisamos ter, no nosso conjunto habitacional, nas nossas vilas, o direto ao
lazer, o direto às praças; uma criança tem o direito de ter um brinquedo para
brincar na praça. Por isso eu convido a todos os Vereadores que tenham esse
tempo disponível a nos acompanhar nessa caminhada que ocorrerá às 15h de
amanhã. Essa caminhada resultará numa audiência pública que se realizará na
comunidade no dia 19 de maio. Nós priorizamos, dentro do Orçamento
Participativo, várias obras - estão no caderno do Orçamento Participativo -
mas, infelizmente, a cada ano, são esquecidas algumas obras do Orçamento
Participativo. Eu fui Conselheiro e Delegado do Orçamento Participativo e
passei os últimos dois anos buscando, observando, e as obras que ficaram, do
Conjunto Residencial Rubem Berta, não foram defendidas nenhuma vez, nem no COP,
nem em lugar nenhum: o PSF, que está, desde 1998, dentro caderno; o Núcleo 18,
que está dentro do Orçamento Participativo, com 150m de asfalto - nenhuma vez,
com o dinheiro ali -, e o Núcleo 31, nenhum. Há um terreno destinado ao PSF,
que vamos acabar perdendo para as invasões, e, com isso, acabaremos perdendo a
equipe de PSF para o bairro Rubem Berta.
Fomos
ao Secretário da Saúde e ficamos até com dó dele. Quando o Secretário da Saúde
diz que não há dinheiro para montar uma equipe de PSF numa cidade chamada Rubem
Berta, com mais de 30 mil habitantes, eu acho que estamos mal, é uma situação
muito triste!
Vamos perder um terreno para as invasões, vamos
perder um terreno onde os próprios ocupantes, no futuro, vão exigir um posto de
saúde, vão exigir atendimento médico, e não vai haver. E todos querem um
atendimento perto da sua casa.
Quero
aqui parabenizar o Dr. Raul pela sua grande iniciativa, pela sua luta junto ao
Secretário Osmar Terra, para um Posto de Saúde 24h, que será instalado no
Centro Vida; é uma luta de muitos anos daquela comunidade. Então, em nome
daquela comunidade, como representante daquela comunidade, devidamente eleito,
quero agradecer V. Exas e pedir a colaboração para que nos ajudem
nessa frente, para termos uma equipe de PSF, pelo menos, para os 30 mil
moradores daquele Bairro.
Para concluir, peço que
todos os Vereadores nos acompanhem na caminhada, lá no Conjunto Residencial
Rubem Berta, e vejam com os seus próprios olhos a situação em que se encontra
aquela comunidade. Todos vêm aqui e falam que esse é um dos bairros mais
violentos de Porto Alegre. É verdade, mas, enquanto não houver investimento lá,
mais violento vai ficar, e tomara que não se torne uma Rocinha no futuro. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Ver.
Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; demais Vereadores, Vereadoras;
público que nos assiste pela TVCâmara; público das galerias; Ver. Paulinho
Ruben Berta, acho que foi muito bom o seu pronunciamento sobre a não existência
de PSFs na Zona Norte, no bairro Rubem Berta, o que vem ao encontro do que vou
falar. A Saúde foi anunciada pelo Prefeito José Fogaça como prioridade do seu
Governo, mas, ao acompanharmos os investimentos, vemos que, no ano de 2007,
foram aplicados dois milhões de reais; em 2008, foi 1,6 milhões de reais. Em
contrapartida, no ano de 2007, foram investidos 14,8 milhões de reais em
publicidade, e somados aos investimentos de 2007, somando mais de 25 milhões de
reais em publicidade contra três milhões de reais investidos em Saúde. Parece
brincadeira dizer que está sendo priorizada a Saúde em Porto Alegre!
Podemos fazer ainda uma correlação do dinheiro que
foi gasto em publicidade com o que poderia ser feito se fosse priorizada
realmente a Saúde: poderíamos ter construído, pelo menos, 105 postos de saúde,
ou implantado 233 equipes de PSFs - talvez sobrasse um PSF para a Região Norte,
para o eixo Baltazar! Vejo aqui pessoas do Leopoldina, da Cohab-Rubem Berta,
que estão aqui presentes e sabem do que nós estamos falando.
Hoje,
nos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, de Porto Alegre, há a notícia: “Calçada
vira cama para quem precisa de consulta”. É um absurdo, na cidade de Porto
Alegre, pessoas com mais de 50 anos passando mais de 14 horas esperando, Ver.
Dr. Raul, virando a noite para conseguir uma única ficha de atendimento nos
postos de saúde do eixo Baltazar. Isso é um absurdo para um governo que diz que
vai priorizar a Saúde. É lamentável, Ver. Dr. Raul - V. Exª, que é da Saúde -,
o caos em que se encontra a Saúde pública de Porto Alegre. Pior ainda, conforme
o noticiado, é vermos que, das reformas feitas em 54 postos, em somente 12
postos poderíamos dizer que ela foi feita realmente; no restante, fizeram uma
pinturinha, trocaram uma portinha, e está feita a reforma, Ver. Nilo.
Mas ainda podemos ver,
aqui, Ângela Regina Nunes, Gerente Distrital da Saúde da Região Norte, dizendo
que está tudo certo, que as pessoas não precisam passar a noite na fila, porque
há ficha para todos, e que as pessoas vão lá porque estão desinformadas. Ora, a
pessoa fica 14 horas, durante a noite, na calçada, com uma criança de 10 anos,
porque ela gosta de passar a noite na rua. É lamentável, Ver. Brasinha!
Mas,
realmente, o Prefeito Fogaça não precisa se preocupar com a Saúde, porque ele
foi Senador, e, como já foi dito aqui, Senadores têm alguns privilégios, podem
consultar médicos em qualquer parte do País, do mundo, porque o Senado paga!
Como se viu, em 2008, o Prefeito gastou dinheiro do Senado, dinheiro público.
Então, ele não precisa se preocupar com os postos de saúde de Porto Alegre, que
se encontram num caos, com as pessoas esperando por mais de 14 horas para
conseguir uma ficha!
E
aqui tenho uma manifestação do Ministério Público, dizendo que já foram
notificados mais de 28 inquéritos com a Prefeitura de Porto Alegre, sobre os
postos de saúde. O Ministério Público diz que não pode fazer nada, faz o que
pode, abrindo os inquéritos e cobrando da Prefeitura, mas que quem tem de fazer
é a Prefeitura de Porto Alegre, que tem de abrir concurso, contratar médicos e
criar os PSFs. É lamentável a Saúde na cidade de Porto Alegre!
Quero
aproveitar para dizer que estou encaminhando um Requerimento à COSMAM, Comissão
presidida pelo Ver. Todeschini, e convido os demais Vereadores para, juntos,
fiscalizarmos os postos de saúde de Porto Alegre. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, não sei qual o motivo de
tanta raiva, Ver. Mauro! Que raiva é essa em cima do Prefeito Fogaça? Será que
é proibido ser reeleito nesta Cidade, para V. Exª guardar rancor no seu
coração? Isso faz mal! Se o senhor continuar com essa mágoa e com esse rancor
por ter perdido a eleição, isso vai gerar doença; daqui a pouco, quem vai
precisar de médico é o senhor! Mas o que é isso? Atacar o Prefeito dessa forma!
Que coisa mais indelicada se dirigir dessa forma a um Prefeito que foi reeleito
democraticamente! O povo disse que queria que o Prefeito Fogaça continuasse
governando esta Cidade, ponto-final, Ver. Mauro.
Nós
temos uma diferença entre este Governo e o seu Governo. Este Governo, do
Prefeito Fogaça, é um Governo que não é arrogante, não é prepotente, ele
reconhece que tem falhas; o Secretário da Saúde, Eliseu Santos, reconhece que
há falhas, reconhece que há dificuldades, mas, em momento algum, ele disse que
já não tem mais o que fazer; pelo contrário, em cada manifestação que o
Secretário Eliseu Santos faz, ele diz que tem que melhorar e que vai melhorar!
É diferente, Ver. Mauro Pinheiro, do que subir numa montanha de prepotência e
achar que “eu sou o melhor, nós é que sabemos fazer política; se não fôssemos
nós...” Não, vamos com calma! Eu já comentei que o povo disse “não” para essa
velha política, essa velha forma de fazer política - calma!
Ver.
Mauro Pinheiro, eu quero dizer que, com certeza, este Governo reconhece que há
muitas falhas, Ver. Claudio Sebenelo, Ver. Dr. Thiago; claro que nós temos
muita coisa a fazer, o caminho é muito longo; o que não foi construído em 16
anos não será construído em cinco, isso é impossível! O Ver. Mauro Pinheiro
sabe muito bem que, em 16 anos, não conseguiram fazer, e eu quero que o senhor
tenha consciência de uma coisa: nessas Secretarias, infelizmente, nós temos
também muita gente que esqueceu que política séria não se faz com bandeira no
ombro. Tem muita gente que faz boicotes dentro das Secretarias, infelizmente.
Infelizmente nós temos técnicos que fazem boicotes, porque não foi Partido A
que ganhou, não foi partido B que ganhou; infelizmente nós temos isso! E isso
constrange servidores sérios, isso constrange técnicos sérios. Não é
simplesmente assumir uma Secretaria, governar e fazer tudo como se fosse num
passe de mágica - não é! Eu vou usar, depois, o Período de Comunicações, Ver.
Mauro Pinheiro, até para lhe mostrar que, no tempo do seu Governo, também havia
problemas assim, e os senhores não resolveram!
Verª Maria Celeste, a senhora, uma mulher
competente demais; a senhora, Verª Maria Celeste, que é uma Líder equilibrada e
uma Vereadora competente demais, a senhora sabe muito bem que estiveram no
Governo durante 16 anos e não conseguiram resolver todos os problemas; e a
senhora, como é uma Vereadora séria, sabe muito bem que o Prefeito Fogaça
também não vai conseguir resolver todos os problemas - não vai! Não vai
conseguir resolver, assim como o Presidente Lula não vai conseguir resolver!
Todos
os dias batem sistematicamente no nosso Secretário da EPTC. Ver. Brasinha, há
falhas na EPTC? Mas é claro que há falhas! Tem muita coisa para ser corrigida?
É claro, Ver. Adeli Sell, o senhor, que é um crítico, o senhor, que bate
muito... Claro que tem muito que resolver! Nós temos problema no trânsito da
BR-290, e não é a EPTC que cuida. Entupiu a BR-290! Ver. Haroldo de Souza, na
volta do feriadão, a BR, que não é a EPTC que cuida, estava um caos! Quem é que
vai resolver o problema da BR? É um problema Federal! Todas as estradas têm
problemas. Todas as vias têm problemas.
Nós
temos de fazer o seguinte: vamos fazer uma Moção de Apoio ao Ver. Mauro
Pinheiro para cuidar das estradas do Brasil, porque, com o senhor, nunca mais
haverá problema, o senhor é um homem que consegue resolver todos os problemas!
E não é assim que funciona! Todas as Secretarias têm dificuldades. Mas, graças
a Deus, o Prefeito que está aí é um homem simples, trabalhador e, acima de
tudo, honesto demais! Obrigado, senhoras e senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDEINTE (Adeli Sell): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; estou muito feliz hoje, estou recebendo o mais
jovem dos meus herdeiros, o Guigo, grande Guigo! Subo a esta tribuna para dizer
ao meu querido Ver. Comassetto que o sistema de planejamento não está falido.
Não é possível que a gente concorde que se continue fazendo a política do
“simplesmente vamos fazer oposição”. E quando eu digo que os Partidos são
rigorosamente iguais, eu digo, porque as virtudes e os defeitos são inerentes
aos Partidos brasileiros, tanto que o Partido dos Trabalhadores, tem em suas
fileiras, nesta Casa, um Vereador chamado Adeli Sell. Observem os
pronunciamentos do Ver. Adeli, vejam suas colocações a respeito dos problemas
da Cidade. Numa boa! Vocês vão notar que do Adeli não sai aquele ranço que
veio, por exemplo, do Ver. Comassetto, que afirma, taxativamente, que o sistema
de planejamento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre está falido, está indo
para o quinto ano de atuação. Se o sistema de planejamento da Prefeitura fosse
- o senhor não vai conseguir tirar a minha atenção - um órgão falido, hoje, com
certeza, o grupo que venceu a Prefeitura não teria vencido as últimas eleições,
é óbvio! Não podemos chamar o eleitorado de Porto Alegre de ignorante - não é
assim! Só vocês enxergam um lado, e, às vezes, vocês têm a petulância de chegar
aqui e dizer que se gasta muito em publicidade; e vocês, o que fizeram com
publicidade ao longo de 16 anos? Ao longo de 16 anos, a quem vocês entregavam
as verbas publicitárias? Vocês querem que a gente traga aqui o mapeamento
publicitário dos órgãos de Porto Alegre, ao longo dos 16 anos do Governo do
Partido dos Trabalhadores, para mostrar a contradição de vocês, inclusive, a
respeito da formatação de alguns veículos de publicidade de Porto Alegre,
alguns veículos de comunicação de Porto Alegre totalmente avessos ao que vocês
pensavam e pregavam, ou seja, uma ética e “moral de cueca”, porque ficou
provado, sim, que a ética e moral que vocês pregavam era de “cueca”, ou não
era? Aquele “Fora FMI” que se via constantemente nos muros de Porto Alegre e de
todo o Brasil hoje recebe um presente de quatro bilhões e meio de dólares! Ao
Fundo Monetário Internacional! Cortesia “com o chapéu dos outros”, meu, de
vocês que estão nos assistindo, através dos nossos impostos; mas as crianças
continuam mexendo nas porcarias nas nossas periferias.
Com relação ao que reclama o Ver. Comassetto, a
respeito da Escola Técnica da Restinga, isso está absolutamente no prazo para
não perder esse dinheiro que vem do Governo Federal, que o senhor tanto fala!
Por que fazer um “carnaval” antecipado? Por que usar apenas a oposição como
meio de mostrar as coisas negativas? Até onde vamos assim? Eu, há oito anos e
meio, estou aqui e escuto falar, tanto na Administração de vocês como na nossa,
agora, que é preciso, sim, ampliar os postos de saúde de Porto Alegre, mas, da
maneira como vocês deixaram a Prefeitura, por favor, não subam a esta tribuna
simplesmente para dizer as coisas que estão erradas; admitam que houve acertos.
Eu não vou enumerar as obras que foram feitas por esta Administração, porque acho
que a responsabilidade de vocês, Vereadores da oposição, também é ver o lado
positivo de uma Administração, porque, senão, fica a oposição pela oposição,
parecido com aquele negócio do denuncismo pelo denuncismo. Fala-se: “Eu ouvi
falar”, e vem aqui e despeja. Respeitem o microfone. O microfone é uma das
peças mais importantes que uma democracia tem, e fazer uso de um microfone num
plenário, numa Câmara, num Parlamento como este, precisa ser com muito
respeito, com muita seriedade, porque, do contrário, nós estaremos passando
para aqueles que acompanham a política feita no Rio Grande do Sul algo irreal,
aquilo que realmente não é.
E,
com a sua aquiescência, nobre Presidente, eu só queria registrar que, na página
2, desta quinta-feira, do Jornal do Comércio, na parte Opinião, tem um artigo
que fala com muito carinho desta Casa, e eu, na primeira oportunidade que
houver, vou apresentar aqui - já foi apresentado, mas eu vou de novo -, porque
é muito gostoso acompanhar uma imprensa, Adeli, mas uma imprensa séria. Por
favor! É só isso que nós precisamos; nada mais do que isso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Carlos Todeschini.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou na mesma linha do Ver.
Mauro Pinheiro, e vamos ter que fazer uma profunda reflexão, porque a lembrança,
a memória do Ver. Mauro Pinheiro começa no ano de 2005, e aí, o restante ele
esquece. Hoje o tema da Cidade é a questão da Ulbra, e o nosso receio, baseado
até no que nós colocamos ontem aqui, é que essa situação que está ocorrendo
agora com a Ulbra possa ocorrer com outro grande hospital da Cidade. Como é que
eram tratados os médicos antes de 2005, na Prefeitura, e como eles passaram a
ser tratados depois? Antes de 2005, nós enfrentamos a maior greve de médicos em
Porto Alegre. Nós enfrentamos uma greve que chegou a 90 dias de paralisação.
Por quê? Porque essa classe estava coagida a fazer um atendimento que fazia mal
à saúde; coagida a ter que atender no posto de saúde, que não tem estrutura,
situações de urgência e emergência. Era essa a situação. A partir de 2005, nós
tivemos o maior chamamento de médicos da história do Município de Porto Alegre,
foram 132 médicos chamados. Aí o Ver. Mauro Pinheiro vem falar, vem exigir
concurso no Município de Porto Alegre. Porto Alegre tem um concurso em
andamento, o pessoal está sendo chamado. Aí eu leio no jornal - e peço a
gentileza que a TVCâmara possa mostrar para os nossos telespectadores: “Governo
Federal suspende concurso públicos, principalmente na área da Saúde”. (Mostra o
jornal.) A fala para o Município é uma e a fala federal é outra. Gastos com
publicidade, outro tema muito bem abordado por ele. (Lê.) “O marca-passo
cardíaco, combinado a um sistema de cabo-eletrodo de estimulação, pode ser
utilizado sempre que a estimulação atrial e ventricular for indicada” -
estimulação do coração. É um equipamento fundamental na cardiologia, ele pode
prevenir arritmias cardíacas que levam à parada cardíaca e à morte das pessoas.
E, aí, ontem, a gente abre os jornais e lê que o hospital do Ver. Mauro
Pinheiro, da gestão dele, leiloa um aparelho de marca-passo. Um hospital tão
grande quanto o GHC leiloando um aparelho de marca-passo! É claro que a Saúde
da Cidade não pode estar bem. Se o Hospital GHC está leiloando os aparelhos de
marca-passo para pagar dívida trabalhista, é claro que a Saúde da Cidade não
pode estar bem. Essa é a forma de eles tratarem os trabalhadores. (Lê.) “Carta
Aberta aos pacientes e usuários dos Hospitais Conceição, Fêmina, Cristo
Redentor e Criança Conceição. Centenas de cargos para apadrinhados. Trabalhadores
exigem do Ministério da Saúde exoneração da atual Direção do Grupo Hospitalar
Conceição.” Essa é a forma de tratar o trabalhador. E aí as palavras da Direção
do Hospital: “Nesse caso de gerador de marca-passo que foi leiloado, temos
outros 23 aparelhos iguais”. Eu achei que é maravilhosa a notícia, vamos ficar
tranquilos, Ver. Nilo Santos, tem aparelho de marca-passo. Mas continuam: “É
verdade que todos nossos equipamentos já estão penhorados.” Então todos os
aparelhos de marca-passo do Hospital Conceição estão penhorados. Eu me furto a
olhar novamente o Boletim Informativo da Associação do Grupo Hospitalar
Conceição. A Associação dos Servidores do GHC admite a dificuldade enfrentada
pela atual diretoria, da superlotação, que é acentuada, critica a forma e diz,
em palavras textuais, “Precisamos de uma administração técnica e não
político-partidária”. Então essa é a forma de gerenciar. Falam dos gastos com
publicidade, esse é o gasto com publicidade do Grupo Hospitalar Conceição.
(Mostra encarte publicitário.) Então, isso aqui é o que tem que ser olhado.
Portanto é importante que façamos uma profunda reflexão sobre toda a estrutura
da Saúde, um ente isolado não pode ser culpabilizado pelos problemas da Saúde,
e certamente isso tem que fazer parte da COSMAM. A visita tem que ser na
Emergência do GHC. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nilo
Santos está com a palavra em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. DJ
Cassiá.
O SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, novamente venho à tribuna para trazer um esclarecimento um
pouco maior ao Ver. Mauro Pinheiro - e quero agradecê-lo por me proporcionar
este momento.
O Grupo Hospitalar Conceição tem equipamentos
penhorados. Acho que não avisaram V. Exª, Ver. Mauro Pinheiro. Parece-me que o
Grupo Hospitalar Conceição, Verª Maria Celeste, tem problemas com cartão
corporativo, compras inclusive em pet shops, floriculturas, bolsas.
Seria bom o senhor, Ver. Mauro Pinheiro, correr até o Grupo Hospitalar
Conceição, ver os problemas e ir a Brasília, porque, com certeza, até
segunda-feira, tudo estará resolvido,
Ver. Mauro Pinheiro. Tudo é muito rápido!
E
me parece que há problemas também no Hospital de Clínicas. Se V. Exª quiser que
o Prefeito Fogaça resolva os problemas do Grupo Hospitalar Conceição, do
Hospital de Clínicas e do cartão corporativo, pode até conversar com o Ver.
Haroldo de Souza - quem sabe o Ver. Haroldo conversa com o Prefeito Fogaça. A
culpa deve ser do Prefeito Fogaça ou do Secretário Eliseu. Deve ser! Não sei se
a culpa não é do Ver. Claudio Sebenelo! A culpa é de alguém, nunca é deles! Não
funciona assim, Ver. Mauro Pinheiro. É muito complicado. É muita despesa!
Nós
temos uma senhora do Grupo Hospitalar Conceição, que gastou R$ 194 reais, Ver.
Ervino Besson, em uma padaria e também em uma tabacaria de luxo. Um saque de R$
10 reais. Meu Deus, ela comprou em padaria! A outra comprou flores, gastou na
Big Festas... Oh là là! Blumengarten Floricultura. Meu Deus! vamos olhar para dentro de casa
um pouquinho!
O
Sr. Ervino Besson: V.Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro colega, Ver. Nilo, eu
acho que a minha memória não está tão perdida assim, porque o Hospital
Conceição pertence à União, e, se os bens estão penhorados e a dívida é com a
Receita Federal, eu gostaria que V. Exa, que tem um belo pronunciamento,
explicasse para que nós pudéssemos entender.
Se
o Hospital Conceição é da União, a dívida é com a Receita Federal, e há uma
grande quantidade de bens penhorados lá; então, alguma coisa está mal.
O
SR. NILO SANTOS: Agradeço
o seu aparte, Ver. Ervino Besson. Mas V. Exª deve estar enganado, a culpa deve
ser do Prefeito Fogaça. Tudo é o Prefeito Fogaça, um homem reeleito pela
população, democraticamente. O povo disse “Nós queremos o Prefeito Fogaça de
novo!” O povo disse!
Eu
tenho aqui, no jornal Zero Hora desta quinta-feira, 16 de abril, página 2, na
coluna Palavra do Leitor (mostra o jornal), onde o Sr. João Candido
Brilhante, um aposentado de Porto Alegre, escreve: “No Grupo Hospital
Conceição, os equipamentos estão penhorados devido a dívidas trabalhistas, e um
já foi apreendido como garantia de pagamento de um processo. Mas o Presidente
Lula, que afirmou aqui mesmo, no Conceição, que a Saúde no Brasil beira a
perfeição, quer emprestar dinheiro ao FMI. Por favor, só que aqui é a Palavra do
Leitor, e é um senhor aposentado que diz isso.
Ver. Mauro Pinheiro, sei que o senhor se preocupa
muito com esta Cidade, mas eu gostaria de lhe sugerir que o senhor desse uma
chegadinha lá no Grupo Hospitalar Conceição, não para consultar, mas para
verificar, pois temos problemas seriíssimos lá: despesa em lavanderia, despesa
em pet shop, lojas de presentes... Meu Deus do céu! Alguma coisa está
errada.
Ver. Mauro Pinheiro, sobre a Saúde em Porto Alegre,
repetimos aqui: o Secretário Eliseu Santos está trabalhando, é um homem
simples, um trabalhador, um batalhador, e o senhor pode ter certeza absoluta de
que o que for preciso e possível fazer será feito. Esse é o pedido do Prefeito
Fogaça para o nosso Secretário Eliseu Santos, dois homens honestos, dois homens
responsáveis, e, com certeza, Ver. Mauro Pinheiro, o senhor pode tranquilizar a
sua Bancada, porque o problema maior parece-me que não está em Porto Alegre;
quanto aos problemas aqui, estamos caminhando para resolvê-los, e parece-me que
o senhor precisa começar a caminhar, porque, senão, as pet shops vão
enriquecer só em cima do cartão corporativo. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR. RAUL: Ver. Adeli, Presidente dos
trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
público que nos assiste aqui e em casa, eu gostaria de iniciar pedindo um pouco
de cuidado a todos nós nesta crítica contumaz à Saúde. Nós precisamos fazer com
que a Saúde pública melhore. O SUS deste País foi criado para que haja uma
integração entre a esfera federal, estadual e municipal. Que exemplo estamos
dando aqui? O exemplo do Município brigando com o Estado, do Estado brigando
com a Federação, como se isso resolvesse alguma coisa. Na realidade, onde está
a união tão preconizada para que avancemos na Saúde pública, que é o que todos
nós queremos? Nós temos que reconhecer as dificuldades, que estão em todos os
níveis: no Governo Municipal, que deveria colocar 15% do seu Orçamento na Saúde
e coloca praticamente 20%, às vezes mais, às vezes um pouquinho menos, tentando
reforçar a área da Saúde. O Governo Fogaça duplicou as equipes de Saúde da
Família, fez seu esforço e vai agora duplicá-las novamente até o final do seu
mandato, talvez além disso - já temos 90 e devemos chegar ao número de 200; é o
que queremos. Nós poderíamos falar no contingenciamento de verbas para a Saúde
neste País, que está havendo agora, quer dizer, o dinheiro federal... nós
estávamos no novo “milagre brasileiro”, havia dinheiro para tudo, chegou a
crise mundial, e agora vamos contingenciar tudo. Então, estamos contingenciando
a Saúde, não é a Saúde de Porto Alegre, está havendo um contingenciamento para
a Saúde dos mais de 5.500 Municípios brasileiros, quer dizer, nós lutando
sempre pela melhoria da Saúde, fazendo um esforço e, realmente, temos
dificuldades em Porto Alegre? Temos muitas dificuldades. O Grupo Hospitalar
Conceição faz o seu trabalho, o Grupo Hospitalar Conceição atende a todo o
Estado do Rio Grande do Sul, são oito mil funcionários lá dentro. Existem
inúmeras ações trabalhistas, ações de periculosidade, ações de insalubridade
que geram penhoras, que geram uma série de situações judiciais, mas isso faz
parte da administração de um grande conglomerado. Nós estamos lutando, e
acredito que vamos conseguir fazer com que realmente - e o Ver. Paulinho falou
anteriormente - coloquemos um posto de atendimento de 24 horas na região do
eixo Baltazar, ali na Zona Norte, para atender a toda aquela comunidade e para
que a Emergência do Conceição possa trabalhar com tranquilidade, para que
sobrem mais leitos, porque, na realidade, o grupo do Hospital Nossa Senhora da Conceição
é 100% público, já não é o caso de muitos outros hospitais.
Eu levanto aqui, por
exemplo, a questão da Ulbra. Nós todos temos que dar uma demonstração de união,
porque, quando se fala no problema da Ulbra - e ele já está aqui na Casa há um
bom tempo -, o que se nota? Para mim, vem aquele “mau cheiro” que veio com a
Varig, quando surgiu a questão da Varig neste País. O que aconteceu? Todos nós
sabemos, a Varig tinha quase 150 aeronaves, e hoje o que restou da Varig é que
talvez ela tenha 15 aeronaves, e as pessoas todas ficaram atiradas, com
dificuldades, por aí. Então, o que nós precisamos na questão da Ulbra? Nós
temos hoje, na Ulbra, mais de 140 mil alunos. O que vai acontecer com esses 140
mil alunos da Ulbra? Vão se formar? Não vão se formar? Como é que a coisa vai
ficar? E nós, como Vereadores, temos que fazer proposições firmes no sentido de
ajudar, assim como os Deputados Federais, Estaduais, Senadores, porque, no
mínimo, tem que haver uma intervenção federal e uma mudança de gestão lá, para
que as coisas realmente aconteçam de um ponto de vista mais adequado. No
mínimo, nós temos que dar uma resposta para a Saúde pública no que se refere
àquelas pessoas que tinham o Plano da Ulbra, para aqueles funcionários de todos
os níveis que atuam na área da Saúde da Ulbra... Hoje os Hospitais estão
fechados, até por pedido dos profissionais da Saúde, porque lá não existem
condições de trabalho, os salários estão atrasados... Que resposta nós estamos
dando a isso? As pessoas que vieram até a Câmara representando a Ulbra, na
realidade, só nos enrolaram; diziam-se representantes, mas, na realidade, não
resolveram nada! Então, nós temos de estar, permanentemente, nessa cobrança
para que consigamos, realmente, uma solução boa, para que a Ulbra passe a fazer
um papel melhor, inclusive, do que já vinha fazendo. Eu sou da área da Medicina
e fiquei muito triste com o estado em que foi colocada a Medicina da Ulbra,
como sendo uma das piores, se não a pior do Brasil. Quer dizer, então é isso
que nós queremos em termos de faculdades? Não, não é isso! Quando se fala do
Museu dos Carros e que o Reitor tem carro de 800 mil reais, é complicado!
Então, está na hora de nos preocuparmos mais com o cidadão, com aquele que
precisa da Universidade, com aquele que precisa da Saúde e que está lá, com
aqueles que, muitas vezes, querem estar numa universidade pública e não podem e
“fazem das tripas coração” para pagar uma mensalidade numa faculdade como a
Ulbra e recebem essa resposta da má gestão.
Então eu gostaria da contribuição de todos nesse
sentido. Saúde para todos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A próxima
inscrição é do Ver. Dr. Thiago Duarte, que já havia falado no lugar do Ver.
Carlos Todeschini.
O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) A Verª Maria Celeste está
com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, eu gostaria de continuar dialogando sobre o tema da Saúde com
toda a tranquilidade que o Ver. Dr. Raul conclamou, neste Plenário, na tarde de
hoje. Eu fui membro da Comissão de Saúde no ano passado - o Ver. Claudio
Sebenelo fazia parte também, que está conosco esta tarde; seja bem-vindo -, e
nós tivemos a oportunidade de, de fato, conferir passo a passo o trabalho da
Secretaria Municipal de Saúde. Nós nos desafiamos, naquela época, a fazer uma
pauta positiva na Comissão, para que não fôssemos tachados de arrogantes,
sempre procurando saber onde estão os problemas, que fizéssemos uma pauta
positiva sobre a Saúde. E nós topamos o desafio do Secretário de Saúde, o então
Secretário Eliseu, e pedimos a ele: “Mostre-nos as boas obras da Secretaria de
Saúde, pois nós queremos, sim, visitá-las, verificar, conferir e anunciar, alto
e bom som, para a Cidade que, de fato, a Saúde melhorou na cidade de Porto
Alegre. E nos foi encaminhada, depois de algum tempo, uma lista com o nome de 30 postos de saúde na cidade de Porto
Alegre que teriam sido reformados. Nós topamos os desafios, visitamos os postos
de saúde - lembro que eu fazia dupla com a Verª Neuza Canabarro -, visitamos
dez postos de saúde num dia de trabalho nosso na Câmara Municipal, e ali
fizemos um levantamento daqueles dez que nos couberam, e os demais Vereadores,
que também foram distribuídos em duplas, fizeram dos demais, e fomos checando,
um a um, aqueles equipamentos, e, para a nossa surpresa e nossa tristeza,
aquela lista que o Secretário nos passou estava completamente errada. Então,
para mim, não há surpresa com relação à questão hoje levantada pelo Ver. Mauro
Pinheiro aqui na tribuna: a falta de atendimento nos postos de saúde da cidade
de Porto Alegre. Eu gostaria, inclusive, que a TVCâmara novamente focasse a
matéria. (Mostra jornal.) E nós temos feito esta denúncia reiteradamente: no
posto de saúde, na Unidade de Saúde da Vila Santa Rosa, a fila começa agora não
mais de madrugada - e, para mim, já era muito ruim, na época da Administração
Popular, a fila começar às quatro, cinco horas da manhã -, hoje começa no dia
anterior, a partir das 18 horas. Essa é a realidade da Saúde na cidade de Porto
Alegre. Nós podemos falar, e vamos continuar falando sobre esse tema aqui na
tribuna, porque nós somos Vereadores da cidade de Porto Alegre, falamos e
pautamos os temas nacionais e, com certeza, os temas estaduais, igualmente, mas
a nossa responsabilidade aqui é, sim, com a cidade de Porto Alegre. E,
portanto, os Secretários do Governo do Prefeito Fogaça têm que responder, sim,
cada um na sua área, por aquilo que estão fazendo. Está muito mal a cidade de
Porto Alegre, de mal a pior. O Prefeito se elege dizendo que vai melhorar a
situação da Cidade e não a melhora! Ela está cada vez pior! E os números estão
aí para que a gente continue colocando. Investimentos da área da Saúde: em
2007, apenas dois milhões na área da Saúde; em 2008, não chegou a dois milhões,
foi um milhão e meio. Esse é o investimento na área da Saúde em Porto Alegre? E
aí, lamentavelmente, nós temos que comparar com a publicidade, cujos gastos,
nos dois anos, foram de 25 milhões de reais! Esse é o quadro comparativo! E
ainda, o Prefeito, que anuncia um superávit, está dizendo agora: “Alto lá,
vamos fazer contingenciamento, 20% na questão do contingenciamento dos
recursos.” Isso significa serviços! Isso significa, novamente, serviços! Eu
quero saber se a capina na frente da sua casa, na sua rua, vai ser feita com
essa verba de contingenciamento! Eu quero saber se os serviços terceirizados
serão pagos na cidade de Porto Alegre. É disso que nós estamos falando quando
trazemos aqui, reiteradamente, os números dos gastos da Prefeitura Municipal de
Porto Alegre.
Agora,
eu vou continuar falando dessa questão tão importante, tão significativa e tão
cara para todos nós, que é a Saúde na Cidade, que vai muito mal, muito mal,
obrigada! Lamentavelmente, nós trazemos aqui não só matéria de jornal, mas
vejam, Vereadores, uma posição também do Ministério Público. O Ministério
Público está dizendo aqui, nesta matéria, que há problemas, e nós, Vereadores
da cidade de Porto Alegre, temos responsabilidade com a Saúde de Porto Alegre.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; colegas Vereadoras e Vereadores; senhoras e
senhores, quero retomar o tema que introduzi há poucos minutos sobre o não
funcionamento da estrutura pública do Município de Porto Alegre e o prejuízo
que isso está ocasionando à Cidade.
Mas,
antes disso, eu queria dizer ao Ver. Nilo que ele pode consultar os Vereadores
da Bancada do PMDB a respeito de todas as denúncias que trouxe sobre o Hospital
Conceição, pois os Diretores Administrativos do Conceição são do PMDB. Pode
trazer a resposta para esta Casa com precisão. Ver. Nilo, faça isso!
O
sistema de planejamento e de licenciamento da Secretaria de Obras e Viação e da
Secretaria do Planejamento está falido - o sistema de licenciamento e
planejamento da cidade de Porto Alegre. E isso não é dito somente por mim, é
dito pelo Presidente desta Casa, o Ver. Sebastião Melo. Portanto, prezado Ver.
Haroldo, o senhor, que é Líder do PMDB, afine o entendimento dentro da sua
Bancada antes de dizer qualquer palavra. Eu não aceito a sua postura com essa
intransigência e vou repetir aqui: a falência do sistema de planejamento e
licenciamento ambiental. Eu gostaria que os que estão defendendo, inclusive,
muitos processos de contravenção ligassem para a Sociedade de Engenharia, para
o Instituto dos Arquitetos do Brasil, para a Asbea e para outras entidades que
trabalham com o planejamento e licenciamento de projetos na cidade de Porto
Alegre. Os novos engenheiros e os novos arquitetos estão indo embora da cidade
de Porto Alegre, porque não conseguem aprovar os projetos. E isso é um prejuízo
para a nossa Cidade, pois nós estamos perdendo profissionais, perdendo captação
de recursos e perdendo a oportunidade de a Cidade se regularizar e construir
regularmente. Isso quanto aos pequenos projetos que entram lá no protocolo da SPM
e da SMOV e que não saem de lá se não tiverem alguma relação de QI - todos
sabem aqui de qual o QI eu falo - o “quem indica” qual é o projeto que tem que
ser analisado e qual é o projeto que tem que ser aprovado. E isso é
inconcebível numa gestão que tem que trabalhar para a Cidade. É inconcebível
que nós, Vereadores, que recebemos essas denúncias e sabemos o que está
acontecendo, possamos ficar aqui calados diante dessa situação ou venhamos aqui
defender esse status quo da irregularidade. Foi o exemplo que nós
tivemos, hoje pela manhã, com a Universidade do Rio Grande do Sul vindo aqui
pedir socorro para que seus projetos sejam aprovados; inclusive, Dr. Raul, os
projetos são para ampliação do Sistema de Saúde Pública Federal aqui em Porto
Alegre, e corre-se o risco de perder os recursos, porque as Secretarias ficam
brigando entre si, cada uma querendo assumir a responsabilidade ou a
irresponsabilidade na condução desse processo.
Eu
não estou dizendo que a nossa Prefeitura não tenha técnicos excelentes e
competentes que fazem a sua tarefa. Não é um problema de análise técnica, Ver.
Ervino Besson, é uma questão de processo e de método na condução e avaliação
dos processos e dos projetos. É inconcebível que, para aprovar um projeto de
loteamento, leve-se três, quatro anos, dentro do Governo; por isso existem os
loteamentos irregulares. Eu não concordo com a irregularidade e nem com quem
atua na irregularidade; portanto venho aqui dizer, sim, que esse sistema de
planejamento e licenciamento está falido e tem que ser reestruturado. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Mario Manfro está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição. (Pausa.) Desculpe, Vereador, pelo Governo. É o cacoete! (Risos.)
O
SR. MARIO MANFRO: Ver.
Adeli Sell, no exercício da presidência; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores,
quem nos assiste e quem nos ouve, eu não poderia, ouvindo tantas acusações a
respeito da área da Saúde, ficar sem me manifestar. A minha ideia não era me
manifestar hoje, mas, Ver. Mauro Pinheiro, em 2004, eu tive o privilégio de
trabalhar na Secretaria Municipal de Saúde, na Coordenadoria de Saúde Bucal. E
uma das minhas funções foi visitar todos os postos de saúde em que existia
atendimento odontológico. O senhor não faz ideia do que eu vi: cadeiras com
encosto segurado por outra cadeira, por mochinhos, tudo herança da
administração do seu Governo. Então há, sim, muito a ser feito na área da
Saúde, sem dúvida nenhuma.
Então,
me chama atenção quando o pessoal, principalmente do PT, que foi o responsável
pela Saúde em Porto Alegre durante 16 anos, ocupa esta tribuna e fala como se,
na época do PT, fosse tudo diferente. Se nós formos às comunidades carentes, se
nós formos até aquelas pessoas que precisam das unidades básicas de saúde, elas
vão dizer que hoje está - eu vou usar este termo - “menos pior” (sic),
porque hoje, principalmente na área odontológica, os equipamentos foram
renovados e diversos postos de saúde, restaurados.
Eu
gostaria de perguntar a quem acusa: quando a Unidade da Vila Cruzeiro foi
fechada por ordem do CRM? Em 2004. Quem deixou a Unidade da Vila Cruzeiro
daquela maneira? O Governo anterior. E vocês sobem aqui e falam como se, na
época do PT, a Saúde fosse uma maravilha! Tem muito a fazer! Na área de Saúde
bucal, que é a minha área, tem muito que ser feito. Eu quero aproveitar a
oportunidade - e não é revanchismo, Presidente Adeli Sell -, para dizer que eu
realmente concordo com o Ver. Haroldo de Souza quando ele diz que os seus
discursos são totalmente diferentes, só com uma exceção: quando o senhor
criticou a EPTC naquele dia da festa do nosso glorioso Internacional.
Naquele
dia, a EPTC não foi culpada; a culpa foi da organização do evento. Então,
aquela foi uma prova de que não se pode criticar por criticar. A própria
comissão organizadora reconheceu que 80 manobristas era pouco, era insuficiente
para cuidar dos veículos, o que originou uma tremenda fila na rua adjacente ao
Beira-Rio. Então, não pode ser imputada a culpa à EPTC. Esse é um exemplo de
que nem sempre a gente deve fazer a crítica pela crítica. Vamos criticar, sim -
é o papel da oposição -, mas vamos apontar soluções e, mais do que isso, fazer
a mea culpa quando realmente for o
caso. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, volto a esta
Câmara com a humildade do primeiro dia em que assumi, há três
Legislaturas, como um início de um grande aprendizado que não termina nunca e
que hoje recomeça da forma mais eloquente possível, no momento em que temos
pela frente esse Plenário de grande qualidade e que põe em debate a questão da
saúde na cidade de Porto Alegre.
Nós
temos aqui, no mínimo, três profissionais que se debruçaram sobre o problema,
como o Ver. Dr. Raul, como o Ver. Dr. Thiago Duarte, como este Vereador, que
estão na ponta, trabalhando nos postos de saúde, nos hospitais, nos blocos
cirúrgicos; um pouco distanciados, é verdade, da parte administrativa, mas me
parece que esse jogo de “o que é meu sempre é melhor que o teu” não deve
prevalecer numa área tão conflagrada, tão delicada, tão dolorida, tão sofrida
por uma população, como a área da Saúde, especialmente numa área em que o
desconhecimento das pessoas que abordam esse tema é muito grande. E mais do que
isso: ninguém se debruçou, aqui nesta Câmara, sobre números, sobre o
conhecimento aprofundado da mecânica de funcionamento de uma estrutura que
realmente deixa a desejar.
Ver.
Dr. Raul, em 2004 nós pedimos uma CPI para investigar a Saúde em Porto Alegre,
essa mesma Saúde que derrubou o Partido dos Trabalhadores, porque o caos na
Saúde se instalou a partir do final do Governo do Partido dos Trabalhadores. E
nós tínhamos como base, no nosso pedido de CPI, um trabalho feito no Hospital
Conceição, no ano de 2003, quando 204 amputações primárias foram procedidas, e,
dessas 204 amputações de membros inferiores, chamadas primárias - e a Verª
Maria Celeste lembra muito bem disso -, 70%, isto é, em 140 dessas operações,
os pacientes viam o médico pela primeira vez na véspera da cirurgia ou na hora
da cirurgia. Isso quer dizer o seguinte: a ausência completa de prevenção a que
se propuseram os postos de saúde, a que se propuseram as estruturas da Saúde,
especialmente da Saúde pública, onde a prevenção é, talvez, o processo de
melhor economia, de melhor resultado e, principalmente, o mais humano de todos
os resultados. A Saúde pública se caracteriza por isso.
E
nós queremos fazer comparações entre governos, quando, na verdade, nós
deveríamos estar debruçados e estudando uma fórmula, acima de qualquer questão
partidária ou política, no sentido de unir a União, os Estados e os Municípios
em torno de uma problemática que diz respeito à qualidade de vida do ser
humano, da passagem do ser humano por esta terra sem qualidade de vida, sem
atenção, sem promoção da Saúde, sem prevenção e, por fim, sem assistência.
Aquilo
que disse o Presidente do Sindicato Médico nos envergonha, no ano de 2009,
quando eu me lembro da poesia de Castro Alves que invocava o Senhor Deus dos
desgraçados, dos desgraçados que ficam sentados a noite inteira, com acidente
vascular cerebral, sentados em uma sala da Emergência, esperando atendimento. É
essa vergonha, é essa desumanidade que nos gerou um pedido de CPI, e que esta
Casa negou. E mais do que negar, sentaram em cima, o Judiciário sentou em cima,
e, por fim, no final da Legislatura, em dezembro, saiu o despacho dizendo que
era legítima a CPI, mas que não havia mais tempo, porque a Legislatura havia
terminado. Pois é essa a tragédia a que o povo continua sendo submetido e que
levou o Partido dos Trabalhadores a sair da Prefeitura depois de 16 anos,
especialmente por causa da área da Saúde, esta área da Saúde tão debatida, tão
discutida, tão falada, mas tão pouco aprendida, tão pouco estudada. Quem sabe a
união de todos os Partidos desta Casa - nas esferas dos Municípios, Estados e
da União - promova uma fórmula nova de atendimento em que, em primeiro lugar,
se pense no ser humano?
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria
de trazer um assunto aqui que, para nós, não é algo que surpreenda; muito antes
pelo contrário, é algo muito comum, muito corriqueiro na cidade de Porto Alegre
há muitos e muitos anos: é a polêmica quando se tenta, Ver. Pancinha, fazer um
empreendimento sem a participação da sociedade antes. Isso é histórico na
cidade de Porto Alegre, sempre foi assim, ao menos de 30 anos para cá, desde
que eu tenho conhecimento das coisas. Então, se não há a participação da
sociedade para autorizar algum empreendimento, Ver. Brasinha, a cidadania
porto-alegrense reage: ela quer saber que empreendimento vai ser, os impactos
que vão acontecer, se o patrimônio histórico, o patrimônio cultural e natural
vão ser respeitados. Isso não é novidade para nós, aqui em Porto Alegre.
Eu
estive em Canoas esta semana a convite de uma comunidade que está se
mobilizando e que, Ver. Dr. Raul, segundo ela própria, se espelhou muito no que
tem acontecido em Porto Alegre. O empreendimento tem sido noticiado pelo jornal
O Timoneiro, de Canoas (Mostra o jornal.). Em virtude de sua mobilização,
conseguiram uma liminar, em primeira instância, e mantiveram essa liminar, no
Tribunal de Justiça, impedindo que tal empreendimento - no caso, alguns
edifícios - fosse construído ali naquele local, chamado Villa Mimosa. Por que
isso? Não se pode construir lá? É claro que se pode construir, mas não houve
respeito ao Estatuto da Cidade: não houve o Estudo de Impacto de Vizinhança, a
comunidade não foi ouvida antes para haver autorização para o empreendimento, o
que é comum aqui em Porto Alegre há muitos anos. Apenas o prédio histórico, que
é um casarão de 1904, está sendo preservado, só que já com dois metros de
recuo, Verª Maria Celeste - V. Exª, que é relatora da matéria Patrimônio
Cultural e Natural -, apenas dois metros. Vai-se construir um edifício de
vários e vários andares, Ver. Mauro Pinheiro. Portanto, lá não há ambiência,
não houve um respeito à ambiência, apenas se preserva o prédio. O recuo é
apenas de dois metros, e é um patrimônio histórico tombado pelo Conselho
Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico de Canoas e pela Secretaria da
Cultura; portanto, é um patrimônio tombado. Estão preservando o prédio, Ver.
Haroldo de Souza, por causa do tombamento. Mas o que nós estamos discutindo
aqui na Casa é a ambiência, porque tu preservas, mas tens que ter uma
transição, e isso não foi feito. E 100% da vegetação do bosque ao lado vai ser
suprimida por autorização da Prefeitura da gestão anterior e mantida pela
atual.
Então,
a mobilização da sociedade está conseguindo reverter o processo, que o
empreendimento seja feito, respeitando aquele patrimônio natural e cultural,
para que a cidadania seja respeitada. Há um impacto para a Cidade, Ver.
Paulinho Ruben Berta, e para a cidadania. Segundo aquela comunidade, eles não
querem impedir que se construa ou que se faça um empreendimento lá, mas que
seja de forma respeitosa com o patrimônio e com os cidadãos canoenses.
O
que é importante - e finalizo, Ver. Adeli Sell - é que eles falaram muito da
boa experiência de Porto Alegre nesse sentido. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Comunicações.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, vamos retornando para falar sobre a Saúde
pública de Porto Alegre. Eu escutei muitos dos Vereadores se manifestarem,
querendo comparar, porque a Saúde tinha problema no Governo do PT, mas, em
momento algum, Ver. Mauro Zacher, eu falei que uma era melhor ou pior: eu
falei, simplesmente, que o Prefeito José Fogaça assumiu um compromisso público,
durante a campanha, de que o seu Governo priorizaria a Saúde pública. Não fiz
comparações, mas podemos fazê-las. Agora, o que o Prefeito José Fogaça falou na
campanha é que priorizava a Saúde pública, e aí os Srs. Vereadores vão ter que
concordar comigo que quem prioriza alguma coisa tem que investir onde está
priorizando. E não é isso que eu tenho visto.
Quando
os Srs. Vereadores abrem os jornais e veem que o Governo gasta, em apenas dois
dias, mais de um milhão de reais, e gasta, em um ano inteiro, na Saúde, pouco
mais de um milhão de reais, não é possível dizer que se está priorizando a
Saúde pública, Vereadores! É só isso que falei, nem fiz comparações - que
podemos fazer.
O
Sr. Paulinho Ruben Berta: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, eu só
gostaria de fazer um esclarecimento sobre a minha fala, aproveitando este
momento e a oportunidade que V. Exª me permite. Quando eu digo que 35 mil
moradores do Conjunto Residencial Rubem Berta não têm uma equipe de PSF, eu
gostaria de deixar bem claro que estou me referindo, primeiro, ao que está
priorizado, dentro do Orçamento Participativo, desde o ano de 1998! Então, eu
quero deixar claro que a minha obrigação é lutar para que a comunidade tenha um
atendimento médico, o que não foi feito nos 16 anos anteriores e também não
está sendo feito nos cinco anos do Governo José Fogaça. A minha obrigação é
fiscalizar e dizer que lá não há sequer uma equipe do PSF. Muito obrigado.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, a gente
sabe que V. Exª defende as pessoas mais necessitadas, e está certo, mas eu
quero dizer, baseado na sua fala e na do Ver. Comassetto, que atacou a SMOV
antes, que nunca foi tão difícil conseguir um habite-se ou qualquer projeto na
SMOV como na época da gestão do PT. Por quê? Há um senhor que, inclusive, V.
Exª conhece e que é comerciante lá no nosso Bairro, do Posto Garoupa, que levou
12 anos para conseguir o habite-se! Doze anos! Isso, sim, essa é a dificuldade
que o PT implantava no Município.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado,
Ver. Alceu Brasinha. O que mais me preocupa, Ver. Mario Manfro, não é dizer
ainda que é prioridade e não ser - isso, para mim, é enganar o povo -, mas é a
própria gerente de Saúde dizer que está tudo muito bem, muito obrigada; isso é
pior ainda do que não priorizar. Temos que assumir: se está ruim, vamos
procurar melhorar. Se o Secretário da Saúde estiver me escutando, ou se ficar
sabendo, eu estou fazendo um serviço para S. Exª, o Sr. Secretário, porque,
dessa forma, o Secretário pode cobrar do Prefeito que mande priorizar a Saúde
conforme ele prometeu, porque fica difícil, realmente, um Secretário de Saúde resolver
o problema da população quando ele não tem a prioridade do Governo, nem tem
Orçamento para isso. O Secretário talvez não tenha nem culpa, Ver. Brasinha -
ele é do seu Partido -, a culpa é do Prefeito, que não tem Orçamento para que a
Secretaria da Saúde funcione, Ver. Todeschini.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, eu quero
corroborar o seu pronunciamento, porque isso é o que eu estou sentindo. Acho
que a responsabilidade é um pouco menos do Secretário, um pouco menos da
Secretaria - ainda que haja muito que melhorar - e muito do Prefeito, muito do
centro do Governo, que não dá condições para que a Saúde seja melhor e para que
o Governo seja melhor.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Muito
obrigado, Ver. Todeschini. Não gosto muito de falar do Governo Federal, porque
fui eleito Vereador para debater a cidade de Porto Alegre; quem sabe um dia eu
seja Deputado Federal para discutir o Brasil. Mas quero dizer, já que foi muito
citado o Governo Lula, que ele está muito bem, muito obrigado, porque está
tomando as medidas certas, e o Governo Federal está passando muito bem pela
crise. E muito me agrada - finalizando, Ver. Adeli - o pronunciamento do
Ministro Mantega, quando ele diz que vai diminuir impostos. Eu acredito muito
que, diminuindo impostos, possa-se arrecadar mais, que diminuindo as alíquotas,
se aumente a base, e, com isso, acabemos arrecadando muito mais para que o
Brasil cresça ainda mais.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoo
o Requerimento de viagem e representação em missão especial do Ver. Nelcir
Tessaro, que participa do 56º Fórum de Habitação de Interesse Social - Reunião
Conjunta - FNSHDU e ABC, na cidade de São Paulo, Brasil, a realizar-se no
período de 15-04-2009 a 17-04-2009.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, Ver. Adeli; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, saúdo todos.
Ver. Mauro Pinheiro, meu
amigo, gosto do seu trabalho, é o seu primeiro mandato, mas quero comentar as
críticas que V. Exª fez da tribuna e dizer que respeito V. Exª, mas devo
lembrá-lo de que, quando o Prefeito José Fogaça assumiu o seu primeiro mandato,
não havia crédito para nada e que a Saúde estava bem pior do que hoje. V. Exª
não era Vereador, por isso estou relembrando os fatos. Prova disso é que o
Vice-Prefeito, médico, Dr. Eliseu Santos, fez um mutirão de cirurgias para
amenizar a situação das pessoas que esperavam na fila há dois, três anos, por
uma cirurgia.
Se
o nosso Presidente da República, o Lula, tivesse canalizado a CPMF diretamente
para a Saúde, a situação seria outra; seria muito melhor. Foi criada a
contribuição, mas somente uma parcela dela foi canalizada para a Saúde. Só
estou relembrando os fatos, Ver. Mauro Pinheiro.
Nós,
Vereadores, que temos mandato, não podemos vir a esta tribuna só para criticar;
devemos achar soluções também. Assim age o bom político, o bom Parlamentar.
Temos este poder, esta tribuna, podemos criticar, mas vamos apontar soluções,
como aconteceu na reunião de ontem, que foi muito boa, onde se relatou o
problema das áreas irregulares, para a qual V. Exª, Ver. Comassetto, fez um
belo trabalho com a apresentação da Emenda. Eu acho que é aquilo que a
população espera, é assim que se faz política. Se há problemas, vamos mostrar
as soluções! Assim, eu acho que a população tem esse reconhecimento.
O
Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, eu estava ouvindo a sua fala
e, de fato, criticar é fácil, muito fácil. Na época do Governo deles, a Cidade
estava cheia de “buracos participativos”, as lojas de pneus faturavam “para
mais de metro”; o Fogaça veio, acabou com os buracos, e está todo mundo, dos
pneus, quebrando!
O
SR. ERVINO BESSON: O
Vereador que tem loja de pneus e é testemunha disso - teve até prejuízo!
Mas
também quero falar sobre o problema da Ulbra. Eu acho que é crítica a situação
da Ulbra, eu tenho dois filhos que estudam na Ulbra, e acho que é uma situação
extremamente delicada. E nós - Câmara Municipal, Assembleia Legislativa e o
Ministro da Educação - temos que nos envolver na solução, porque a Ulbra
abrange outros Estados, está em nível de Brasil. Então, é uma situação
extremamente difícil, extremamente preocupante, porque há os hospitais da
Ulbra, que estão fechando. Ontem uma pessoa me procurou, disse que havia
chegado ao Hospital da Ulbra, e lá havia apenas dois pacientes - poxa! É uma
estrutura, um hospital com uma emergência normalmente cheia de pessoas, cheia
de pacientes, e hoje se encontra nessa situação. Eu acho que temos que unir as
forças, sim, e acharmos uma saída para a Ulbra, isso é de interesse de todos
nós. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu
quero continuar no debate do tema da Saúde, porque este tema, de fato, é extremamente
importante para o porto-alegrense. Quero retomar algumas coisas que foram ditas
nesta tribuna.
Em 2004, de fato, houve uma greve dos médicos na cidade de Porto Alegre, no nosso
último Governo, e essa greve, Ver. Brasinha, foi em função de que os médicos
não queriam cumprir a carga horária exigida pela Prefeitura - vamos colocar e
repor as coisas de forma bastante clara e bastante limpa.
Agora,
no último período do Governo da Frente Popular, eu não lembro de que tenha
havido uma greve tão forte como a greve dos funcionários públicos do Município
que aconteceu em 2007. Aliás, Ver. Brasinha, que me acompanhou, eu era
Presidenta desta Casa, o senhor era Secretário da Mesa Diretora, e, por mais de
vinte dias, os funcionários públicos da cidade de Porto Alegre paralisaram
todos os serviços, porque o Prefeito se negava a cumprir aquilo que havia
tratado durante a sua campanha - aliás, mais do que isso, um direito dos
municipários -, a reposição no valor real dos seus salários.
Então,
se nós vamos aqui falar de algumas coisas, vamos repor, de fato, a verdade
sobre como foi tratada a Cidade na Administração anterior e sobre como ela é
tratada hoje, nesta Administração que já tem cinco anos, não iniciou ontem.
Na
questão da Saúde, é importante a gente colocar que o Governo Federal pode ter
problemas, assim como a Prefeitura Municipal pode ter problemas, mas, nos
últimos dois anos, o repasse na área da Saúde para Porto Alegre foi na ordem de
90 milhões de reais. Não é pouca coisa em termos de investimento por parte do
Governo Federal, contra os quatro milhões apenas de investimento da Prefeitura
na questão da Saúde, para a população ter um péssimo atendimento como temos
visto, presenciado - é disso que nós estamos falando.
Quando vêm aqui falar contra o Governo Federal, alto lá, porque o Governo Federal faz a sua parte quando repassa para o Município aquilo que de direito cabe ao Município de Porto Alegre. Aliás, há outro dado que, por vezes, é esquecido: houve um grande aumento no Fundo de Participação dos Municípios não só para Porto Alegre, mas para todos os Municípios do nosso País, na ordem de 58% dos valores. Porto Alegre, que recebia em torno de 80 mil reais desse Fundo de Participação dos Municípios - que é imposto, sim, que nós pagamos, que vai para União, mas que a União devolve aos Municípios -, com esse aumento dado pelo Governo Lula, passou a receber do Fundo mais de 136 milhões. Então, é disso que se trata quando se fala em recursos. Eu gosto de vir à tribuna e trazer os dados, sim, para que a gente possa fazer um quadro comparativo. Quero saber da Secretaria de Saúde onde ela está aplicando o dinheiro? Porque, lá no posto de saúde do Rubem Berta, da Santa Rosa, da Safira, da Restinga, não aparece esse recurso, não aparece! Não aparece no atendimento, porque falta recurso para as enfermeiras; não aparece para os médicos, que deveriam estar atendendo e não estão, porque a equipe é pequena; não aparece no número de PSFs, que deveria ser aumentado.
Agora, quero, por fim, tratar da questão da
transparência. Quero propor um desafio ao Prefeito Municipal, para que trate de
colocar, na página da Internet, o Portal Transparência, o que nós, aqui da
Câmara Municipal, já fazemos desde 2007; desde 2007, temos esse Portal para que
a população verifique as contas dos Vereadores, a verba indenizatória dos
Vereadores, a verba de Gabinete; está tudo ali no nosso Portal Transparência.
Eu desafio o Prefeito a fazer isso também, porque o Governo Federal já fez - já
fez, Ver. Brasinha! Aliás, saiu uma pesquisa dizendo que o Brasil é o oitavo
país no ranking dos 85 países
que tiveram analisado o grau de transparência dos seus orçamentos. Isso é
extremamente significativo e importante! Há problemas? Há, mas estamos tomando
as medidas necessárias para que se possa resolvê-los; portanto, vir aqui
denunciar apenas as questões do Governo Federal, virar as costas e não fazer
nada... Quero desafiar aqui a base de situação do Governo Fogaça, para que fale
com o seu Prefeito, instale, na página da Internet da Prefeitura, um Portal Transparência,
assim como o Governo Federal o fez e conseguiu a transparência, a visibilidade
necessária, inclusive com reconhecimento internacional, como verificamos
através dessa pesquisa. Obrigada, Sr. Presidente.
(O Ver. Toni Proença
reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Passamos
ao
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo
da Verª Sofia Cavedon.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, coube a mim usar o tempo cedido pela Verª Sofia
Cavedon, neste Grande Expediente, e vou, minha Líder Maria Celeste, fazer um
conjunto de considerações sobre as questões de Porto Alegre, começando por
lembrar que, tempos atrás, quando iniciei a minha atividade parlamentar nesta
Casa, quando se ousava falar de alguma coisa do Governo Federal, cobrar o Sr.
Fernando Henrique Cardoso, o famoso FHC, isto aqui virava um pandemônio, porque
se dizia que aqui não era Câmara Federal, porque aqui nós estávamos na Câmara
Municipal de Porto Alegre. Pois agora parece que mudou. Por isso eu volto a
dizer que a coisa mais importante de um Parlamentar é manter a sua coerência.
Eu acho que nós temos que discutir a macropolítica como a micropolítica, e uma
não é menor e nem a outra é melhor. Acontece que os problemas têm que ser
tratados enquanto tal.
Portanto,
eu vou começar com o tema que pautou o debate da tarde: Saúde pública. Estão
vendendo fichas. O Ver. Mauro já apresentou, aqui, a matéria que saiu no
jornal, pois é nesse posto que vendem fichas. Eu, dias atrás, já tinha
levantado, através de um Pedido de Informações, um conjunto de questionamentos
sobre esse Posto de Saúde da Zona Norte. Mas há outros problemas. Olhem a
situação dos nossos postos de saúde em geral. Não vou, aqui, falar muito da
falta de medicamentos básicos, porque todo o mundo sabe que é uma tragédia, é
horrível, porque, às vezes, nem Paracetamol existe, e isso é de competência da
Municipalidade. É claro que tem os medicamentos de uso continuado, aqueles que
exigem processos junto à SES - Secretaria Estadual de Saúde. E aí também é
problemático. Hoje ainda tive pessoas no meu gabinete reclamando da falta de
medicamentos de uso continuado. Não é uma, nem duas vezes, são os portadores
principalmente de doenças graves como esclerose múltipla, mucovicidose e outras
tantas. Eu quero, portanto, colocar essa cobrança, porque isso tem que ser
cobrado seja por um Vereador de situação, Brasinha - como é V. Exª -, seja por
este Vereador, que é um Vereador de oposição.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu costumo dizer
que gostaria que todos os Vereadores da oposição fossem iguais ao senhor; o
senhor, quando está certo, fala certo. Mas eu queria só corrigir, aproveitar
este aparte, Ver. Adeli, porque a Verª Maria Celeste falou que o Prefeito
Fogaça estava na Prefeitura há cinco anos. Ele não está há cinco anos; está há
quatro anos e 106 dias hoje.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Brasinha, eu acho que foi feito um acordo para me detonar hoje, neste plenário,
porque há uma carrada de Vereadores que vêm marcar posição, me elogiar, para me
intrigar, provavelmente, com a minha Líder Maria Celeste.
A
Srª Maria Celeste: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu só quero
reiterar que o senhor é um dos mais combativos Vereadores da Bancada do PT e
que nós temos muito orgulho de tê-lo na nossa Bancada. Quero dizer ao Ver.
Brasinha que esse é o quinto ano do Governo Fogaça. Então, alto lá, já deveria
dizer a que veio, e, até agora, a gente não verificou isso.
O
SR. ADELI SELL: Obrigado,
minha Líder, Maria Celeste. E para quem não nos ouviu anteriormente, eu quero
repetir: eu emiti uma carta aberta ao Prefeito Fogaça, hoje, solicitando a
demissão do Secretário Senna; e farei uma campanha pública, se o Prefeito
vacilar, depois de todos os debates que já houve, do que ele tem dito, eu vou
fazer um abaixo-assinado massivo; e eu irei para a Esquina Democrática; eu irei
para as paradas de ônibus, e nós queremos o Senna fora da EPTC imediatamente,
junto com a sua equipe; que ele volte a fazer o que sempre fez, ou seja, dar
aulas, porque o seu lugar é na Universidade, e, se quiser viajar, que viaje às
custas de quem quiser pagar para ouvi-lo, porque, de Porto Alegre, o Secretário
Senna não entende absolutamente nada; é um zero à esquerda! Eu estou sendo cortês,
porque o Secretário é deselegante, descortês, mal-educado com a Câmara,
sistematicamente, e, se ousar comprar este debate, vai ter que se ver no
Ministério Público e na Justiça, porque eu não vou me calar e não vou aceitar
provocações do Secretário Senna e da sua equipe, como ouvi uma piadinha, hoje
pela manhã, do Sr. Michel, quando nós tivemos uma discussão com a Universidade,
e ele, como membro da Universidade, não consegue resolver o problema dos
estacionamentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da qual ele é
membro, inclusive Professor de Engenharia, Engenharia de Tráfego - é um negócio
tão kafkiano, que nem o meu
amigo, o Professor Weber, um grande estudioso de Kafka, conseguiria explicar
como a realidade kafkiana
consegue superar o livro de Franz Kafka, ninguém consegue ver uma coisa dessa
natureza.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Adeli Sell, pelo aparte. Eu
também tenho a obrigação de corroborar aqui a sua manifestação, porque nós só
temos que lamentar, Sr. Presidente, Ver. Toni Proença, a permanência do
Secretário Senna, reconduzido por este Governo, responsabilidade do Sr.
Prefeito. Eu vou explicar o motivo. No ano passado, nós aprovamos aqui, por
unanimidade, uma lei que extinguia a vinculação dos carteirões aos prefixos dos
táxis. A Lei foi aprovada por unanimidade, foi sancionada pelo Prefeito em
exercício, à época, o Prefeito Eliseu Santos. A Lei foi publicada no Diário
Oficial, e a EPTC, Ver. Adeli, contra a Lei, continua a multar, continua a
prender os táxis, especialmente nas sextas-feiras. Eu estou reunindo toda a
documentação e as provas. Já tenho praticamente todos os documentos, só me
falta chegar mais um, que já está nas mãos de uma vítima da EPTC, porque estou
entrando no Ministério Público contra o Prefeito e o Secretário por
descumprimento da Lei. V. Exª tem toda a razão, porque esse cidadão não pode
ficar lá, pelo bem da cidade de Porto Alegre. É lamentável que o Prefeito seja
insensível e continue ainda dando guarida e respaldo a esse Secretário, que é
uma afronta à Cidade.
O SR. ADELI SELL: Eu vou
continuar no tema de circulação e transporte, mas vou esquecer o Secretário,
porque nós estamos na discussão do Plano Diretor, temos que gravar ou manter o
gravame de certas ruas que terão que ser mantidas abertas e especialmente
ampliadas.
Além dessa questão do Plano Diretor, por exemplo, a
Cruzeiro do Sul e a Moab Caldas estão gravadas, como está gravada também a
ampliação da Gaston Mazeron, que faz aquela passagem por trás do Estádio
Olímpico. Nas negociações com o Grêmio, nós não conseguimos nenhum compromisso
com a empresa para que se fizesse a ampliação da Gaston Mazeron, mas ela terá
que ser feita. Nós já vamos entrar com um processo na SMOV para que qualquer projeto
que venha a ser apresentado - aquelas dezenove torres, por exemplo, do Olímpico
- tenha essa ampliação como também a ligação com a Florianópolis, através da
Goiás e da Mato Grosso.
Mas eu falava, antes, da Cruzeiro do Sul e da Moab
Caldas, que vêm casar com o Projeto que eu protocolei nesta semana, Ver. Engenheiro Comassetto, sobre a
questão do bônus-moradia, porque nós vamos ter que ampliar essa rua, e uma fila
de casas vai ter que ser retirada. E como aquele espaço não comporta mais
habitações, nós podemos fazer o mesmo processo que fizemos aqui no Cristal com
o Arroio Cavalhada.
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sobre o Sistema de Mobilidade
Urbana e a Revisão do Plano Diretor que estamos iniciando aqui, há a análise da
proposta que o Governo enviou a esta Casa. E, ontem, à noite, tivemos mais uma
reunião da Comissão, coordenada pelo Ver. Toni Proença, cuja relatoria sobre a
Região do Centro e Projetos Especiais do Centro está a cargo do Ver. Airto Ferronato.
Só que nós não recebemos nenhum dos Projetos. O Projeto Portais da Cidade, que
é anunciado aos quatro ventos como o grande projeto, não foi enviado a esta
Casa e muito menos relacionado no Estudo de Revisão do Plano Diretor.
Discutimos e apontamos essa insuficiência. É um Projeto para inglês ver, porque
esta Câmara ainda não recebeu.
O
SR. ADELI SELL: Pois eu
queria exatamente adentrar o tema dos Portais, com vinculação com a Linha 2 do
Metrô e com o Plano Diretor. Imaginem que a ideia brilhante do Secretário de
Mobilidade Urbana, Luiz Afonso Senna, era fazer um Portal no Largo Zumbi dos
Palmares. Os ônibus desceriam a Avenida Protásio Alves, pegariam a Avenida
Osvaldo Aranha e, em vez de pegarem à direita como fazem hoje, entrando no
túnel, haveria uma passagem para a esquerda. Imaginem só, descendo a Avenida
Protásio Alves, entrando na Avenida Osvaldo Aranha, e os ônibus pegarem à
esquerda, entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Instituto de
Educação e o Parque da Redenção, indo em direção à Avenida João Pessoa,
passando por baixo do viaduto e indo em direção ao Largo Zumbi dos Palmares. Os
senhores já imaginaram que obra de engenharia essa? Uma obra mais complicada do
que aquela que foi feita em Seul recentemente, onde desenterraram um rio que
estava murado, para que ele aparecesse e fosse despoluído. E gastaram alguns
milhões.
Isso
era o Portal do Largo Zumbi dos Palmares. “Deu com os burros n’água”, porque
nós desmontamos essa pirotecnia aqui, inclusive com a aprovação e o apoio do
Ver. João Antonio Dib, que já foi Prefeito e Secretário dos Transportes na
cidade de Porto Alegre. E tem os outros Portais, Ver. Mauro Pinheiro, o Portal
da Azenha, que já é um shopping a céu aberto, que tem uma rua
ultramovimentada, e estamos discutindo sistematicamente aqui que é preciso
trabalhar o desvio pela Florianópolis. Já tivemos um transbordo que virou um
transtorno; todos os transbordos viraram transtorno aqui em Porto Alegre, e foi
assim, recentemente, na vizinha Canoas, e, quando entrou o novo Prefeito, Jairo
Jorge, mudou para funcionar, porque, antes, era uma bagunça. Agora vem a nova
ideia dos Portais. Já gastaram R$ 500 mil em projetos dos amigos, para variar,
porque a equipe sempre é a mesma: os brilhantes engenheiros que giram em torno
dessa equipe falida, vergonhosa. Não precisa ser engenheiro para fazer este
debate, porque eu sou uma pessoa que vive a Cidade, que tem ousadia, e a minha
ousadia é permanente; eu cobro dos meus para cobrar dos outros, eu cobro do
Governo Federal que eu defendo, eu cobrava da Prefeitura do PT quando eu era da
situação, fui um duro crítico das gestões do PT na SMIC, fui lá e mostrei que
era possível fazer, e fazer melhor, fui lá e fiz melhor. Devo ter as minhas
lacunas, mas, de peito aberto, quero discutir essas questões, e é muito bom que
nós, Ver. Mauro Pinheiro, tenhamos modificado, como disse a imprensa há pouco,
a postura das reuniões de quintas-feiras, pois aqui se faz o verdadeiro debate
sobre a cidade de Porto Alegre, como nas Comissões, como fizemos hoje pela
manhã, Ver. Comassetto, e V. Exª, por sinal, contribuiu com uma proposta que
foi aceita por todos nós para resolver os problemas da UFRGS, e nós fizemos
alguns encaminhamentos imediatos.
O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, como sempre, muito
inteligente sua colocação. O Projeto dos Portais é uma questão que devemos
discutir muito aqui, porque eu acho, assim como o senhor, que o Secretário
Senna está louco, primeiro, porque estamos vendo o trem - ele quer o trem ou
quer Portais? Pelo jeito, ele quer Portais e não quer o trem, o que é um grande
erro. Os Portais vão ser somente transbordo, ou vai ter um shopping dentro
do Portal? Agora, imaginem com um Portal em forma de shopping na Azenha,
como ficará o comércio local da Azenha! Obrigado, Vereador.
O SR. ADELI SELL: Vou concluir,
dizendo o seguinte: aqui o Secretário Senna - inclusive eu o elogiei - disse e
assinou embaixo que concordava com a Linha 2 do Metrô, mas saiu daqui e, dois
dias depois, deu entrevista pomposa, dizendo que havia outros Portais como os
Portais da Protásio Alves.
Quero saber onde colocar Portal na Protásio Alves.
Já era um escândalo o Zumbi dos Palmares, escândalo o Retorno-2, e agora a
Protásio Alves! Assim não dá. Fora, Senna. Obrigado (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Adeli Sell. Encerrado o Grande Expediente.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1021/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/09, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que estabelece a obrigatoriedade do uso de crachá de
identificação por funcionários ou prestadores de serviços terceirizados de
casas noturnas, bares, salões de baile e restaurantes, revoga a Lei nº 8.562,
de 18 de julho de 2000, e dá outras providências.
PROC.
Nº 1465/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/09, de autoria da
Verª Sofia Cavedon, que altera o “caput” e revoga o § 1º do art. 7º da Lei
Complementar nº 320, de 2 de maio de 1994 - que dispõe sobre a denominação de
logradouros públicos e dá outras providências -, e alterações posteriores,
estendendo a exigência de manifestação favorável da comunidade a toda
denominação de logradouro público
PROC.
Nº 1698/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/09, que altera a
letra “b” do item Recrutamento da Classe Assessor para Assuntos Jurídicos do
Anexo II da Lei nº 6.203, de 3 de outubro de 1988 – que estabelece o Plano
Classificado de Cargos dos Funcionários do Departamento Municipal de Água e
Esgotos – e demais alterações, alterando requisitos de recrutamento para os
cargos da Classe de Assessor para Assuntos Jurídicos.
PROC.
Nº 0868/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/09, de autoria do
Ver. Mauro Pinheiro, que altera a ementa e o “caput” do art. 1º, o “caput” do
art. 2º, inclui §§ 4º, 5º e 6º nesse artigo, e revoga o § 1º do art. 1º e o
art. 2º, todos da Lei Complementar nº 462, de 18 de janeiro de 2001, que dispõe
sobre a construção de novas lojas de varejo de gêneros alimentícios
(supermercados e hipermercados) em Porto Alegre, alterada pela Lei Complementar
nº 523, de 2 de maio de 2005, estendendo a proibição de que trata essa Lei
Complementar à área miscigenada compreendida entre a Avenida Severo Dullius,
parte da Avenida dos Estados até a Rua Dona Teodora e a Autoestrada Marechal
Osório (Freeway), bem como entre o prolongamento da Avenida Antônio de Carvalho
e o Corredor de Produção, conforme definição da Lei Complementar nº 434, de 1º
de dezembro 1999, Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto
Alegre (PDDUA), em especial, em seu Anexo I.
PROC.
Nº 1066/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 042/09, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que obriga os hospitais da rede pública e privada a informar
os idosos sobre o direito de manterem acompanhante, enquanto estiverem
internados ou em observação, e dá outras providências.
PROC.
Nº 1217/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 044/09, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que cria o Programa Vovô Sabe Tudo. Com
Emenda nº 01.
PROC.
Nº 1355/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/09, de autoria do
Ver. Marcello Chiodo, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana de
Prevenção da Pediculose, a ser realizada anualmente, na segunda semana de
março.
O SR. MAURO PINHEIRO (Requerimento): Eu quero fazer
aqui, conforme me pronunciei na tribuna, um Requerimento para a COSMAM. Vou
fazer a sua leitura e entregá-lo. Faço um Requerimento sobre as condições de
atendimento nos postos de saúde de Porto Alegre. (Lê.) “À Comissão de Saúde e
Meio Ambiente - COSMAM. Solicito convidar os Srs. Vereadores de Porto Alegre a
realizarem visita aos Postos de Saúde da Capital para analisar as condições de
atendimento à população de Porto Alegre.”
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Muito
obrigado. A Mesa recebe o Requerimento. O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Ver. Toni
Proença, que dirige os trabalhos neste momento, eu quero fazer a discussão de
Pauta que comecei ontem sobre o Projeto dos megaempreendimentos em Porto
Alegre. Vou ser breve e lastimo que o Ver. Brasinha não esteja aqui neste
momento, porque eu queria fazer o debate sobre a questão dos
megaempreendimentos de duas grandes bandeiras internacionais.
Telespectadores da TVCâmara, as senhoras e os
senhores que estão no plenário e que nos assistem e quem está nos ouvindo pela
Rádio Câmara, não se espantem com a recorrência de citarmos aqui,
sistematicamente, duas bandeiras, não é nem propaganda e nem antipropaganda, é
que as coisas têm nome, têm DNA: Carrefour e Wal-Mart. Essas duas empresas já
causaram malefícios no mundo inteiro. As pessoas têm que saber que cada
megaempreendimento desses, quando cria um emprego, acaba com quatro no seu
entorno. Por isso eu me opus, inclusive na gestão do meu Partido, o PT, a dar a
licença de operação ao Carrefour ali na Av. Assis Brasil, porque o lugar é
inadequado, o trânsito ficou muito conturbado. É verdade que nós fizemos
exigências de abertura de ruas no entorno, mas o Carrefour conseguiu,
milagrosamente, em Porto Alegre - como tem conseguido em outras cidades - o que
outros não conseguem: colocar dentro da empresa que vende alimentos uma empresa
que vende combustível. Essa questão é um milagre. Por que se faz isso? Eu já
levantei isso com o Ver. Airto Ferronato para que, na Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do Mercosul, façamos um debate, Ver. Mauro Pinheiro. Por
isso eu vou aprovar, vou militar favoravelmente ao seu Projeto que restringe em
outras áreas da Cidade a questão dos megaempreendimentos, porque, recentemente,
o episódio Carrefour/Wal-Mart - o Big é uma bandeira do Wal-Mart -, na
Sertório, trouxe os problemas que trouxe, inclusive por incompetência também,
mais uma vez, da EPTC, que não soube se precaver, não soube se organizar - não
sabe se organizar, porque não tem gestão para se antecipar. Por isso é que eu
apoio e concluo aqui, antes do tempo, o meu pronunciamento a favor do Projeto
do colega Mauro Pinheiro.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Toni Proença; demais Vereadores e Vereadoras, venho aqui,
em Pauta, para defender Projeto de minha autoria, justamente na linha que o Exmo Ver. Adeli
Sell se pronunciava, quanto aos hipermercados. Venho, mais uma vez, fazer um
apelo aos Vereadores e Vereadoras desta Casa, no sentido de que prestem
bastante atenção na minha preocupação com a concentração e com o futuro bem próximo
de termos um monopólio ou oligopólio na cidade de Porto Alegre, com esses
hipermercados que estão crescendo pelo mundo afora e, principalmente, em nossa
Cidade.
Porto Alegre, hoje, tem a maior concentração de
hipermercados do Brasil. E sabemos da dificuldade nos valores da cesta básica
de Porto Alegre, que, se não é a mais cara, é uma das mais caras do País. Isso
comprova a minha tese de que a concentração desses hipermercados não faz nada
no sentido de baixarem os preços, até porque eles pregam muito que têm os
melhores preços, o que não é uma verdade; eles têm algumas ofertas que fazem
parecer à população que executam os melhores preços, o que não é verdade. Mas o
meu Projeto visa justamente a isto: que não possam mais construir hipermercados
na cidade de Porto Alegre, limitando o tamanho desses hipermercados em 2.500 metros quadrados, que é um
tamanho bastante considerável. Tenho feito levantamentos em vários pequenos
comércios, e todos eles, com os quais tenho conversado, são favoráveis e veem a
necessidade de aprovar esse Projeto de Lei, para que eles possam ter,
inclusive, mais segurança e possam fazer investimentos nos seus próprios
negócios. Muitos pequenos comerciantes, Ver. Toni Proença, estão com medo de
fazer investimentos e, daqui a pouquinho, abrirem um hipermercado próximo à sua
loja, e aí vão perder todo o seu investimento, assim como os seus negócios. Às
vezes, famílias passam as suas vidas inteiras investindo num negócio que pode
ser quebrado da noite para o dia. Por isso, eu quero contar com a colaboração
dos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras desta Casa para aprovar esse
Projeto o quanto antes. Estou disposto a conversar com cada um dos Srs.
Vereadores que tiverem dúvida para esclarecer e mostrar o quanto é necessário
para a cidade de Porto Alegre aprovar este Projeto. Assim como o Ver. Adeli
Sell relatou sobre o Carrefour, estou ainda investigando aquela obra do
Carrefour na Av. Sertório, tenho dúvidas quanto às contrapartidas. Já fiz um
Requerimento para a Secretaria de Planejamento, solicitando que ela me envie
essas contrapartidas, para que se possa fazer a averiguação necessária. E, até
agora, nada, há uma dificuldade de se ver as contrapartidas do Carrefour da Av.
Sertório. Isso acaba deixando margem a dúvidas quanto à execução das obras de
contrapartida do Carrefour da Av. Sertório.
Quanto
à preocupação dos monopólios, vários pequenos comércios do entorno do Carrefour
que foi inaugurado recentemente estão sentindo isso, e já se pode ver,
transitando por ali, pequenos comércios com a placa “vende-se”. Já está
existindo a preocupação de venderem seus comércios, pelo desespero da
concentração daqueles hipermercados na Zona Norte de Porto Alegre. E a desculpa
de que geram empregos não é verdadeira. Para cada emprego gerado por essas empresas,
quatro empregos se perdem no comércio local. E há mais um problema que, em
breve, vou averiguar.
Já
estive conversando com proprietários de algumas empresas que prestam serviços
para esses grandes hipermercados, que são os promotores. Essas pessoas são
tratadas de uma forma muito ruim dentro desses hipermercados, porque são
obrigadas a realizar serviços que não estão previstos e têm que se calar para
não perder seu emprego, tendo em vista o monopólio já exercido nessa categoria.
Os promotores são colocados por empresas dentro desses hipermercados, como
Carrefour e Wal-Mart. Só analisando com mais profundidade é que eu vou trazer,
em breve, esse assunto para a Câmara de Vereadores, para mostrar como o
Carrefour e o Wal-Mart fazem mal para a cidade de Porto Alegre, pela forma
desumana com que tratam esses promotores, que ficam calados por medo de perder
seus empregos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Obrigado,
Ver. Toni Proença. Quero, Ver. Mauro Pinheiro, continuar o debate deste Projeto
que o senhor traz aqui e que apresenta a revogação da atual legislação, que
permite, em alguns locais da Cidade, construir hipermercados. Creio que o tema
está bem apresentado, e eu quero me associar ao senhor para trazer aqui o
debate e a construção das soluções que estamos buscando, que é a respeito dos
demais estabelecimentos comerciais que existem na Cidade, principalmente se
pegarmos da 3ª Perimetral para a periferia, que não conseguem regularizar seus
comércios. Eu falava antes, no debate, que o sistema de planejamento e
licenciamento da Prefeitura está falido, precisa ser revisto, e apresentava
soluções, porque hoje aproximadamente 40% dos estabelecimentos comerciais da
cidade de Porto Alegre, os pequenos e os médios, são irregulares. Por que são
irregulares? Porque eles não conseguem aprovar seus projetos no sistema
municipal de planejamento, pois, na maioria dessas regiões, não é permitido
pelo Plano Diretor haver prédios com mais de 500 metros quadrados para essas
atividades. Bom, a média dos mercados de bairro é de um mil, 1.500 metros
quadrados, porque são computados o depósito, a área de estacionamento. Começam
a funcionar, normalmente, como grupos familiares e vão, aos poucos, conforme a
demanda e o trabalho, se expandindo, e então o prédio irregular não consegue
ter o alvará, não consegue ter o habite-se e, assim, tem dificuldades de se
estabelecer no comércio e no debate, inclusive, na busca de recursos públicos.
O
Sr. Mauro Pinheiro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. engenheiro Comassetto,
muito bem lembrado. E não são só os prédios de 1.500 metros quadrados; os de
200, 300 metros quadrados, muitas vezes, são pequenos comércios que foram
feitos em terrenos de 10 metros por 30 metros, e eles acabam crescendo um
pouquinho e, muitas vezes, como não conseguiram o habite-se no início, acabam
não o conseguindo mais, porque há uma dificuldade muito grande. Quero me somar
ao senhor, para que, juntos, possamos prever, no Plano Diretor, uma forma de
equacionar esse problema.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Vamos
continuar o trabalho que já iniciamos. Estamos construindo e debatendo isso
aqui e nos colocamos à disposição dos demais colegas que queiram engrossar esse
estudo que estamos realizando. Cito um exemplo: todos sabem que uma das
comunidades em que trabalho, onde tenho uma atuação muito forte, é a Restinga.
E 100% da Restinga, Ver. Toni Proença, é irregular; inclusive as habitações.
Ela foi instituída com um regime urbanístico residencial, e foram criados
pequenos centrinhos comerciais, com lojas pequenas. O que a vida determinou? A
necessidade do trabalho em casa, do pequeno comércio, do mercado, da sapataria,
e esses negócios foram crescendo e se expandindo. Pois, pasmem: nunca
conseguiram um alvará definitivo, desde a fundação da Restinga até hoje. E o
Projeto da Revisão do Plano Diretor que o Executivo mandou para esta Casa não
tem um estudo contemplando essa situação, para resolver o problema. Então, eu
tenho falado aqui, constantemente, de todas as insuficiências desse estudo que
veio do Executivo para a revisão do Plano Diretor, para solucionarmos diversos
temas. E eu tenho quase certeza de que a Câmara não vai conseguir produzir
todos esses estudos, porque não são de responsabilidade aqui da Casa; é
responsabilidade das Secretarias do Município elaborá-los e enviá-los, para que
nós possamos analisá-los e, a partir deles, produzir ou corrigir as leis que
definem os padrões.
Portanto,
faço aqui esse registro, aproveitando o seu Projeto, Ver. Mauro Pinheiro, que
trata da questão do comércio dos mercados e supermercados, potencializando os
médios mercados, não os hipermercados na Cidade. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto.
Vencida a Pauta de hoje, estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 17h48min.)
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